Na casinha de barro

Foi na hora do sol se por,

Entre galhos secos e arvores enorme

As copas unidas por onde o sol entrava

Nos vãos fazendo marcas no chão de terra

Descobrimos por acaso

Seguindo o som da água de rio

Ela estava já caindo aos pedaços

Mas guardava em si uma surpresa,

Caminhamos um pouco mais

O medo estava ali

Sombras surgiam fantasmagóricas

Mas não desistimos, seguimos.

Ao empurrar a porta

Que não precisava ser aberta

Da janela podia ver uma cômoda

Antiga como a dos tempos de minha avó

As gavetas corroídas e uma botija de barro

Amassado bem no fundo, um tesouro

Uma bolsa de lona embaixo do ninho

Onde filhotes dormiam

Com cuidado pegamos a bolsa abrimos.

La dentro um caderno, com uma linda estória de amor

Sentamos para ler, as letras miúdas de uma menina

Um conto de fadas naquele lugar, sem um final

Colocamos-nos a pensar, mexendo mais no fundo

Um bloco de notas, com letras adultas, ali por certo

a mãe juntamente ao pai escreveram com carinho,

Naquele lugar ermo sem ninguém e com apenas um ninho

Viveram um casal com uma filhinha inteligente escrevia estórias

As colocava no papel.

Antes de completar os dez anos partira para ir morar com Deus

Os pais foram embora, deixando para trás aquele pequeno tesouro

Juntamos as mãos, saindo do lugar, atrás da casa uma corda em uma arvore para se balançar, ao longe um moinho abandonado

Alguns pássaros cantando para o dia agradecer.

Fomos calados para casa, sem nada poder dizer.

Ouvimos risadas e ate um tchau

Olhamos para trás e não havia ninguém

Apenas pássaros fazendo algazarra

Parecendo feliz também.

crisviana
Enviado por crisviana em 21/02/2012
Código do texto: T3511054
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