Na casinha de barro
Foi na hora do sol se por,
Entre galhos secos e arvores enorme
As copas unidas por onde o sol entrava
Nos vãos fazendo marcas no chão de terra
Descobrimos por acaso
Seguindo o som da água de rio
Ela estava já caindo aos pedaços
Mas guardava em si uma surpresa,
Caminhamos um pouco mais
O medo estava ali
Sombras surgiam fantasmagóricas
Mas não desistimos, seguimos.
Ao empurrar a porta
Que não precisava ser aberta
Da janela podia ver uma cômoda
Antiga como a dos tempos de minha avó
As gavetas corroídas e uma botija de barro
Amassado bem no fundo, um tesouro
Uma bolsa de lona embaixo do ninho
Onde filhotes dormiam
Com cuidado pegamos a bolsa abrimos.
La dentro um caderno, com uma linda estória de amor
Sentamos para ler, as letras miúdas de uma menina
Um conto de fadas naquele lugar, sem um final
Colocamos-nos a pensar, mexendo mais no fundo
Um bloco de notas, com letras adultas, ali por certo
a mãe juntamente ao pai escreveram com carinho,
Naquele lugar ermo sem ninguém e com apenas um ninho
Viveram um casal com uma filhinha inteligente escrevia estórias
As colocava no papel.
Antes de completar os dez anos partira para ir morar com Deus
Os pais foram embora, deixando para trás aquele pequeno tesouro
Juntamos as mãos, saindo do lugar, atrás da casa uma corda em uma arvore para se balançar, ao longe um moinho abandonado
Alguns pássaros cantando para o dia agradecer.
Fomos calados para casa, sem nada poder dizer.
Ouvimos risadas e ate um tchau
Olhamos para trás e não havia ninguém
Apenas pássaros fazendo algazarra
Parecendo feliz também.