Em busca da sabedoria amorosa
TEXTOS ATEMPORAIS
Como Encontrar o Companheiro Ideal
Ser Prático
Antes de assumir as responsabilidades que o casamento envolve, devem os jovens ter na vida prática uma experiência que os prepare para os deveres e encargos do mesmo. A Ciência do Bom Viver, pág. 358.
Visto como os homens bem como as mulheres têm parte na constituição do lar, tanto os rapazes como as moças devem obter conhecimento dos deveres domésticos. Fazer a cama e arranjar o quarto, lavar a louça, preparar a comida, lavar e consertar sua própria roupa, são conhecimentos que não tornarão um rapaz menos varonil; torná-lo-ão mais feliz e mais útil. Educação, págs. 216 e 217.
Existem muitas moças que se casam, constituem família e que possuem pouco conhecimento prático dos deveres que cabem a uma esposa e mãe. Elas sabem ler e tocar algum instrumento musical, mas não sabem preparar um bom pão, que é essencial para a saúde da família. Elas não sabem cortar e fazer suas roupas porque nunca aprenderam como fazê-las. Consideram essas coisas sem importância e em sua vida matrimonial são tão dependentes de outra pessoa para fazer-lhes estas coisas, assim como são seus próprios filhinhos. Testimonies, vol. 3, pág. 156.
O que um rapaz deve procurar numa Esposa
Procure o jovem, para lhe ficar ao lado, aquela que esteja habilitada a assumir a devida parte dos encargos da vida, cuja influência o enobreça e refine, fazendo-o feliz com seu amor. A Ciência do Bom Viver, pág. 359.
"A mulher prudente vem do Senhor." Prov. 19:14. "O coração do seu marido confia nela." "Ela lhe faz bem, e não mal, todos os dias de sua vida." Prov. 31:11 e 12. "Abre sua boca com sabedoria, e o ensino da benevolência está na sua língua. Olha pelo governo de sua casa, e não come o pão da preguiça. Levantam-se seus filhos, e lhe chamam bem-aventurada, como também seu marido, que a louva, dizendo: Muitas mulheres têm procedido virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas." Prov. 31:26-29."Quem encontra uma esposa acha uma coisa boa; e alcança o favor do Senhor." Prov. 18:22.
Rolf era filho de um destacado pastor na Europa. A moça com quem ele desejava casar-se não tinha certeza se realmente o amava, porém Rolf insistia para que ela se comprometesse com ele.
Havia outros problemas que demonstravam que ela não estava reparada para enfrentar as responsabilidades da vida matrimonial, tanto pelo temperamento ou pelo preparo. Ellen White faz algumas perguntas a Rolf que devem ser respondidas por todo jovem que planeja se casar.
Great Grimsby, Inglaterra, 23 de setembro de 1886
Estimado Rolf,
Enquanto estive em Basiléia conversei com Edith a respeito de suas intenções quanto a ela. Perguntei-lhe se estava plenamente
segura de que o ama o suficiente para unir seus interesses a você por toda vida. Ela respondeu que não estava totalmente decidida quanto a esse assunto. Disse-lhe que deveria saber exatamente que passos estava dando, que não deveria estimular as atenções de nenhum rapaz, mostrando-lhe preferência, a menos que realmente o amasse.
Ela afirmou claramente que não sabe se o ama, todavia creio que se ela estivesse comprometida com você, poderiam vir a familiarizar-se. Porém, como estão as coisas, vocês não tiveram oportunidade de conhecer-se melhor.
Tive razão para pensar que ela não aprecia os afazeres domésticos, e você deve ter uma esposa com quem possa estabelecer um lar feliz. Perguntei-lhe se tinha alguma experiência nos deveres que constituem um lar. Respondeu-me que cuidava das tarefas da casa no lar da família de seu pai. Fiz essas perguntas, porque da forma como seu caráter me fora apresentado, ela precisava de algum preparo específico nos deveres práticos da vida, no entanto não tinha gosto ou inclinação para tais coisas.
Disse-me que não havia decidido nada, que você era muito insistente e a amava, mas ela não podia dizer que o amava, embora você fosse muito bondoso e atencioso. Eu disse: "Então reflita. Não permita que ele leve isso avante."
Disse-lhe que deveria considerar o propósito do casamento com você. Se por tal passo vocês glorificariam a Deus; se seriam mais espirituais, e se a vida de vocês seria mais útil. Os casamentos planejados de forma impulsiva e egoísta, geralmente não terminam bem, e sim, frequentemente resultam em fracassos lamentáveis.
Agora, Rolf, não posso dizer que é minha obrigação afirmar-lhe que não deveria casar-se com Edith, mas dizer-lhe que me interesso por você. Eis algumas coisas que devem ser consideradas:
A pessoa com quem você deseja casar-se trará felicidade ao seu lar? Edith é uma pessoa econômica? ou ao casar-se usará não apenas tudo o que ganha, mas também o que você ganha para satisfazer sua vaidade, seu amor à aparência? São os seus princípios corretos neste aspecto?
Creio que Edith não sabe o que é abnegação. Se tivesse oportunidade, ela encontraria maneiras para gastar até mesmo mais recursos do que tem gastado. Nela, satisfações egoístas nunca foram vencidas, e esse egoísmo natural tornou-se parte de sua vida. Ela deseja uma vida fácil e prazenteira.
Devo falar-lhe claramente. Sei, Rolf, que se você se casasse com ela, estaria acasalado, mas não casado. Haveria deficiência nesta que você deseja tomar por esposa. E até onde a devoção e piedade cristãs dizem respeito, nunca se desenvolveriam onde tão grande egoísmo domina a alma.
Escrevo-lhe, Rolf, da mesma forma como escreveria a meu filho. Há um grande e nobre serviço colocado diante de nós, e a parte que nos corresponde no mundo, depende inteiramente de nossos objetivos e propósitos na vida. Podemos estar seguindo um impulso. Você tem qualidades que o tornam um homem útil, porém se seguir sua inclinação, essa poderosa corrente de voluntariosidade o arrastará. Estabeleça um alvo elevado e empenhe-se decididamente para alcançá-lo.
Que este seja o propósito dominante de seu coração para desenvolver um homem completo em Cristo Jesus. Com Cristo você pode atuar corajosamente, sem Ele não pode fazer nada. Você tem determinação para cumprir o que propôs. Esse não será um traço censurável em seu caráter se todas as suas faculdades forem entregues a Deus. Por favor, tenha em mente que você não tem a liberdade para dispor de si mesmo de acordo com o que sua fantasia dite. Cristo o comprou por um preço infinito. Você é Sua propriedade, e em todos os seus planos, deve levar isso em conta.
Principalmente em suas relações matrimoniais, seja cuidadoso ao escolher alguém que se manterá ombro a ombro com você no crescimento espiritual.
Rolf, desejo que você considere todas estas coisas. Deus o ajude a orar sobre esse assunto. Os anjos estão observando esta luta.
Deixo-o com esse assunto para que considere e decida por si mesmo.
Ellen G. White
Carta 23, 1886.
Perguntas que uma Moça Deve Fazer Antes de Casar-se
Antes de dar a mão em casamento, toda mulher deveria indagar se aquele com quem está para unir seu destino, é digno. Qual é
seu passado? É pura a sua vida? É o amor que ele exprime de caráter nobre, elevado, ou é simples inclinação emotiva? Tem os traços de caráter que a tornarão feliz? Poderá ela encontrar verdadeira paz e alegria na afeição dele? Ser-lhe-á permitido, a ela,conservar sua individualidade, ou terá de submeter seu juízo e consciência ao domínio do marido? Como discípula de Cristo,ela não pertence a si mesma, foi comprada por preço. Pode honrar as reivindicações do Salvador como supremas? Serão conservados puros e santos o corpo e a alma, os pensamentos e propósitos? Estas perguntas têm influência vital sobre o bem estar de toda mulher que entra em matrimônio. Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 119.
Faça surgir as perguntas: Ajudar-me-á esta união na escalada para o Céu? Aumentará meu amor a Deus? E aumentará minha esfera de utilidade nesta vida? Se essas reflexões não apresentarem nada em contrário, então prossiga, no temor de Deus.
O verdadeiro amor é uma planta que precisa ser cultivada. Que a mulher que deseja uma união pacífica e feliz, que quer escapar a futuras misérias e tristezas, indague, antes de entregar suas afeições: Tem meu pretendente mãe? Qual é a qualidade do caráter dela? Reconhece ele suas obrigações para com ela? Tem consideração para com os seus desejos e sua felicidade? Se ele não respeita nem honra a mãe, porventura manifestará respeito e amor, bondade e atenção para com a esposa? Passada a novidade do casamento, continuará a amar-me? Será paciente com os meus erros, ou crítico, despótico e ditatorial? A afeição verdadeira passará por alto muitos erros; o amor não os distinguirá. Fundamentos da Educação Cristã, pág. 105.
Receba a jovem como companheiro vitalício tão-somente ao que possua traços de caráter puros e varonis, que seja diligente, honesto e tenha aspirações, que ame e tema a Deus. A Ciência do Bom Viver, pág. 359.
Esta carta a Nelli mostra algumas das mesmas perguntas da carta anterior dirigida a Rolf. O grupo com o qual ela estava se associando não era bom. Seu pretendente é irreverente, preguiçoso e usa linguagem torpe. Além disso, também possui outros hábitos duvidosos. Ellen White faz algumas perguntas bem diretas que podem aplicar-se a você também quando ler esta carta.
Norfolk Villa, Prospect St.
Granville, N. S. W., 9 de agosto de 1894
É Realmente Amor?
Satanás está ativamente empenhado em influenciar pessoas inteiramente desencontradas entre si, a ligarem seus interesses. Ele
exulta nesta obra, pois pode assim trazer mais miséria e desesperado infortúnio à família humana do que exercendo sua habilidade em qualquer outro sentido. Mensagens aos Jovens, pág. 455.
Muitos casamentos só podem produzir misérias; e no entanto o espírito dos jovens corre por esse trilho, porque Satanás os leva ali, fazendo-os crer que precisam casar para serem felizes, quando é certo que não possuem habilidade para controlar-se ou sustentar a família. Os que não estão dispostos a adaptar-se ao temperamento um do outro, bem como abandonar desagradáveis divergências e controvérsias, não devem dar o passo. O Lar Adventista, pág. 84.
Esse assunto de casamento deve ser um estudo, em vez de uma questão de impulso. Review and Herald, 2 de fevereiro de 1886.
É Amor Verdadeiro?
O verdadeiro amor é um princípio elevado e santo, inteiramente diferente em seu caráter daquele amor que se desperta por um
impulso e que subitamente morre quando severamente provado. Patriarcas e Profetas, pág. 176.
O verdadeiro amor não é uma forte, ardente e impetuosa paixão. Ao contrário, é calmo e profundo em sua natureza. Olha para além das meras exterioridades, sendo atraído pelas qualidades apenas. É sábio e apto a discernir, e sua dedicação é real e permanente. Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 208.
É o amor um dom precioso, que recebemos de Jesus. A afeição pura e santa não é sentimento, mas princípio. Os que são movidos pelo amor verdadeiro, não são irrazoáveis nem cegos. A Ciência do Bom Viver, pág. 358.
A brandura, a gentileza, a paciência e a longanimidade, o não se ofender facilmente, o sofrer tudo, esperar tudo, tudo suportar - estes são os frutos dados pela preciosa árvore do amor, árvore de origem celeste. Esta árvore, se nutrida, demonstrar-se-á daquelas que estão sempre verdes. Seus ramos não secarão, não lhe murcharão as folhas. É imortal, eterna, continuamente regada pelos orvalhos celestes. Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 209.
Amor, uma Planta Terna
O amor é uma planta de origem celeste, e precisa ser cultivada e nutrida. Corações afetivos, palavras verdadeiras, amoráveis, farão famílias felizes e exercerão influência própria para elevar em todos quantos entram na esfera dessa influência. O Lar Adventista, pág. 50.
Embora as mulheres desejem homens de caráter forte e nobre, a quem possam respeitar e amar, essas qualidades precisam estar
combinadas com ternura e carinho, paciência e tolerância. A esposa, por sua vez, deve ser alegre, bondosa e dedicada, assemelhando seu gosto ao de seu marido até onde for possível, sem perder sua individualidade. Os dois devem cultivar paciência e bondade, assim esse terno amor de um para com o outro tornará a vida de casados deleitosa e agradável.
Aqueles que têm idéias muito elevadas sobre a vida matrimonial, cuja imaginação tem construído castelos no ar, com quase nada a ver com as perplexidades e problemas da vida, se encontrarão lamentavelmente desapontados diante da realidade.
Quando a vida real vier com seus problemas e preocupações, eles estarão totalmente despreparados para enfrentá-los. Esperam
perfeição um do outro, mas encontram fraquezas e defeitos; porque homens e mulheres finitos não são perfeitos. Então começam a encontrar defeito um no outro, e a expressar seu desapontamento. Em vez disto, devem tentar ajudar um ao outro a enfrentar corajosamente a batalha da vida. Review and Herald, 2 de fevereiro de 1886.
O Poder do Amor
O amor é poder. Nesse princípio acha-se envolvida força intelectual e moral, que dele não se pode separar. O poder da riqueza tem a tendência de corromper e destruir; o poder da força é potente para causar dano; a excelência e o valor do amor puro, porém, consistem em sua eficiência para fazer bem, e nada senão bem.
Tudo quanto é feito por puro amor, por mais pequenino ou desprezível que seja aos olhos dos homens, é inteiramente frutífero; pois Deus olha mais a quanto do amor alguém põe no que faz, do que na quantidade que realiza.
O amor é de Deus. O coração não convertido é incapaz de originar ou produzir esta planta de procedência celeste, que só vive e floresce onde Cristo reina. ... O amor não trabalha pelo proveito nem pela recompensa; todavia foi ordenado por Deus que grande ganho acompanhe seguramente toda obra de amor. Este é difusivo em sua natureza e sem ruído em sua maneira de agir, e todavia forte e poderoso em seu desígnio de vencer grandes males. Sua influência é de molde a abrandar e a transformar, e tomará posse da vida dos pecadores e lhes tocará o coração quando todos os outros meios se houverem demonstrado infrutíferos.
Onde quer que seja empregado o poder do intelecto, da autoridade ou da força, e não se achar manifestamente presente o amor, as afeições e a vontade daqueles a quem buscamos alcançar tomam uma atitude defensiva ou de repulsa, e acresce-lhes a força de resistência. ...
O amor puro é simples em suas maneiras de agir, e distingue-se de qualquer outro princípio de ação. O amor da influência e o desejo de fruir a estima dos outros talvez produzam uma vida bem ordenada e, freqüentemente, uma conduta irrepreensível. O respeito de nós mesmos nos pode levar a evitar a aparência do mal. Um coração egoísta pode praticar ações generosas, reconhecer a verdade presente, e exprimir humildade e afeição de maneira exterior, não obstante os motivos podem ser enganosos e impuros; as ações que nascem de um coração assim podem ser destituídas do sabor da vida, dos frutos de verdadeira santidade, dos princípios do amor puro.
O amor deve ser nutrido e cultivado, pois sua influência é divina. Testemunhos Seletos, vol. 1, págs. 209-211.
Quando o Amor é Cego
Duas pessoas travam relações; tornam-se envaidecidas mutuamente, e têm absorvida toda a sua atenção. A razão fica cegada, subvertido o juízo. Não se submetem a nenhuma advertência ou orientação, mas insistem em seguir seu próprio caminho, apesar das conseqüências.
O envaidecimento que os possui é como uma epidemia, ou alguma enfermidade contagiosa, que tem de seguir o seu curso; e parece impossível detê-los. Há talvez ao seu redor pessoas que reconhecem que, se as partes interessadas se unirem em casamento, poderia disso resultar tão-somente a infelicidade por toda a vida. Mas as exortações e instâncias que fazem, são em vão. Talvez, por semelhante união, seja mutilada ou destruída a utilidade de uma pessoa que Deus desejaria abençoar em Sua obra; mas os conselhos e a persuasão são desatendidos.
Tudo o que possam dizer homens e mulheres de experiência, não tem efeito; é impotente para mudar a decisão a que os levaram seus desejos. Perdem o interesse no culto de oração e em tudo que faz parte da religião. Acham-se por completo envaidecidos um com o outro, e negligenciam os deveres da vida como se fossem questões de pouca importância. ...
Sob o feitiço desse envaidecimento é sacrificado o bom nome da honra, e o casamento de tais pessoas não pode realizar-se com a aprovação de Deus. Casam-se porque a isso os levou a paixão, e passada a novidade do caso, começam a reconhecer o que fizeram. Dentro de seis meses depois de feitos os votos, seus sentimentos mútuos sofreram alteração. Cada um ficou conhecendo melhor, depois de casado, o caráter do companheiro escolhido. Cada qual descobre imperfeições que, durante a cegueira e loucura de sua associação antes de se casarem, não eram aparentes. As promessas feitas perante o altar já não os prendem. Em conseqüência de casamentos precipitados, mesmo entre o professo povo de Deus, há separações, divórcios, e grande confusão na igreja. ...
Quando já é tarde demais, descobrem que cometeram erro e puseram em perigo sua felicidade nesta vida, e a salvação de sua alma. Achavam que nenhum outro sabia alguma coisa sobre o assunto; se, porém, tivessem aceito conselhos, poderiam ter-se poupado anos de ansiedade e tristezas.
Mas, para com os que estão resolvidos a seguir o seu próprio caminho, os conselhos são em vão. A paixão leva essas pessoas através de todas as barreiras que a razão e juízo lhes possam contrapor. Mensagens aos Jovens, págs. 456-459.
Pesem cada sentimento e observem todo desenvolvimento de caráter na pessoa a quem pretendem ligar o destino de sua vida.
O passo que vão dar é um dos mais importantes de sua vida, e não deve ser dado precipitadamente. Conquanto possam amar, não amem cegamente. Fundamentos da Educação Cristã, pág. 104.
Espero que tenha respeito próprio suficiente para evitar esta forma de namoro. Se deseja sinceramente a glória de Deus, agirá com decidida cautela. Não tolerará que um doentio sentimentalismo amoroso lhe cegue a visão por tal forma, que não possa discernir os altos direitos de Deus sobre você como cristão. Mensagens aos Jovens, pág. 438.
Várias questões desafiadoras são levantadas nesta carta. Parece que ambos são demasiado jovens e imaturos para pensar em casamento. São sugeridas algumas evidências de imaturidade. Há o problema de superficialidade por parte da moça. É considerada a questão se o amor é real ou paixão. Ellen White insiste com esse jovem para dar mais atenção ao caso e não pensar apenas no momento.
Salem, Oregon, 8 de julho de 1880
Estimado João,
Sinto muito que você tenha se envolvido num namoro com Elizabete. Em primeiro lugar, sua ansiedade quanto a esse assunto é prematura.
Falo-lhe como alguém que tem experiência. Espere até que você adquira algum conhecimento exato de si mesmo e do mundo, e da conduta e caráter da moça antes que o tema do casamento ocupe seus pensamentos.
Elizabete nunca o elevará. Ela não possui as faculdades ocultas que, desenvolvidas, fariam dela uma mulher prudente e habilitada para permanecer ao seu lado, para auxiliá-lo nas lutas da vida. Falta-lhe amadurecimento de caráter. Não possui profundidade de pensamento nem mente aberta que poderiam lhe ser um auxílio. Você olha o superficial e isso é tudo que existe. Se você se casar, em pouco tempo o encanto será quebrado. Passada a novidade da vida de casados, você enxergará as coisas em seu aspecto real, e perceberá que cometeu um lamentável engano.
O amor é um sentimento tão sagrado que poucos o experimentam. É um termo usado, mas não compreendido. A atração ou impulso da fascinação de um rapaz por uma moça ou vice-versa, não é amor e não faz jus a esse nome. O verdadeiro amor tem base intelectual, através de um profundo conhecimento da pessoa amada.
Lembre-se que o amor impulsivo é completamente cego. Tanto é depositado sobre coisas indignas como dignas. Controle esse amor para mantê-lo calmo e tranqüilo. Dê lugar ao pensamento genuíno e profundo, à reflexão intensa. É esse objeto de sua afeição, na escala de inteligência e excelência moral, em conduta e em boas maneiras, de tal natureza que sentirá orgulho ao apresentá-la à sua família, e ao reconhecê-la perante a sociedade como o objeto de sua escolha?
Dê tempo suficiente a si mesmo para observá-la em cada ponto. E então não confie em sua própria decisão. Permita que a mãe que o ama, seu pai e amigos íntimos façam observações críticas àquela que você sente-se inclinado a preferir.
Não confie em seu próprio julgamento. Não se case com alguém que, você sabe, não será uma honra para seus pais, e sim com alguém que tenha inteligência e dignidade moral.
A moça que entrega suas afeições a um homem e atrai suas atenções através de insinuações, exibindo-se por toda parte para ser notada por ele, não é a ideal para você que deseja casar-se. Sua conversa é vulgar e freqüentemente superficial.
Será melhor não se casar nunca, do que estar casado e infeliz. Busque conselho de Deus em todas estas coisas. Seja tão calmo e submisso à vontade de Deus de modo que você não seja afetado por uma excitação febril, e assim desqualificado para Seu serviço devido a seus laços afetivos.
Temos pouco tempo para armazenar tesouros de boas obras no Céu. Não cometa um erro nisso. Sirva a Deus com afeições não divididas. Seja zeloso e íntegro. Que seu exemplo seja de tal natureza que ajude outros a decidirem-se por Jesus. Os jovens não sabem o poder que sua influência pode ter. Trabalhe para este tempo e para a eternidade.
Sua mãe adotiva
Ellen G. White
Responsabilidade Sexual de Jovens Cristãos
A entrega de todas as faculdades a Deus, simplifica grandemente o problema da vida. Enfraquece e abrevia milhares de lutas com as paixões do coração natural. Mensagens aos Jovens, pág. 30.
As afeições juvenis devem ser refreadas, até chegar o período em que a idade suficiente e a experiência tornarão honrosa e segura a sua manifestação. Mensagens aos Jovens, pág. 452.
Um pouco de tempo passado a semear joio, queridos amigos jovens, produzirá uma colheita que lhes fará amarga a vida inteira; uma hora de irreflexão - o ceder uma vez à tentação - pode lhes desviar todo o curso da vida para uma direção errada.
Não podem ser jovens senão uma vez; tornem útil essa juventude. Uma vez passado o caminho, não poderão retroceder para retificar os erros cometidos. Aquele que se recusa a ligar-se a Deus, colocando-se no caminho da tentação, há de infalivelmente cair. Deus está provando cada jovem. Mensagens aos Jovens, pág. 429.
A sensualidade é o pecado da época. A religião de Cristo, porém, manterá as linhas de controle sobre todas as espécies de liberdade ilegal; os poderes morais manterão as linhas de controle sobre cada pensamento, palavra e ato. O engano não será encontrado nos lábios do verdadeiro cristão. Não condescenderá com nenhum pensamento impuro, palavra alguma pronunciada que se aproxime da sensualidade, nenhum ato que tenha a menor aparência do mal.
Não procurem saber quão perto podem andar à beira do precipício e todavia estar seguros. Evitem a primeira aproximação ao perigo. Não se pode brincar com os interesses da alma. Seu capital é seu caráter. Acariciem-no, como fariam a um áureo tesouro. A pureza moral, o respeito próprio, o forte poder da resistência têm de ser acariciado firme e constantemente. Medicina e Salvação, págs. 142 e 143.
Toda paixão não santificada deve ser mantida sob o domínio da razão santificada através da graça que Deus outorga abundantemente em cada emergência. Porém, que não se crie uma emergência, que não haja ato voluntário que coloque alguém onde será assaltado pela tentação, nem dê o menor motivo para que outros o achem culpado de imprudência. Carta 18, 1891.
Enquanto a vida durar, há necessidade de resguardar as afeições e paixões com firme propósito. Há corrupção interior, há tentações exteriores, e sempre que a obra de Deus deve avançar, Satanás traça um plano para dispor das circunstâncias para que a tentação venha com força opressora sobre a alma. Em nenhum momento podemos estar seguros, a menos que confiemos em Deus, e nossa vida esteja oculta com Cristo em Deus. The Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. 2, pág. 1.032.
Segundo parece, William está completamente apaixonado por Carol. Nesta sequência de cartas, percebemos o contínuo esforço de Ellen White para tentar ajudá-lo. Carol tem estimulado uma amizade que absorve quase que totalmente a atenção de ambos.
Isso tem ido muito além dos limites do que é correto e honrado, e eles estão profundamente envolvidos nas práticas que, como Ellen White disse, devem ser reservadas para o casamento.
Tal relacionamento ameaça a utilidade futura tanto de William como de Carol. Ellen White insiste para que eles rompam esse relacionamento, ou então se casem, para não arruinar a reputação de ambos e o efeito de seu testemunho como cristãos.
Carta nº 1
Ballardvale, Massachusetts, Agosto de 1879
Estimado William,
Fui para minha tenda com o coração quebrantado, a fim de aliviar minha mente escrevendo a você algumas das coisas que foram-me mostradas em visão.
O Senhor me mostrou que sua ligação com Carol, não foi, de forma alguma, planejada para ajudá-lo moralmente ou para fortalecê-lo espiritualmente. Você fez algumas débeis tentativas para desligar-se dela, porém logo renovou suas atenções para com ela. Algumas vezes, ela provocando e você correspondendo.
Você tem gasto horas noturnas em sua companhia porque ambos estão apaixonados. Ela afirma que o ama, no entanto não conhece o amor puro de um coração despretensioso.
Foi-me mostrado que você está fascinado, enganado, e que Satanás se regozija de que alguém que dificilmente possua um traço de caráter que poderia convertê-la numa esposa agradável e tornar um lar feliz, tenha influência sobre você para separá-lo da mãe que o ama com amor constante. Em nome do Senhor, ponha fim às suas atenções para com Carol ou case-se com ela - não escandalize a causa de Deus.
Você tem seguido seu próprio caminho sem levar em conta as conseqüências. Seu coração rebelou-se contra sua mãe porque ela não pode, de maneira alguma, aceitar Carol ou aprovar a atenção que você lhe dedica.
A intimidade formada com Carol não tem propensão a aproximá-lo do Senhor ou a santificá-lo através da verdade. Você está arriscando seus interesses eternos na companhia dessa moça.
Carol espera casar-se com você, e você a tem incentivado a esperar por isso devido às suas atenções. Sua felicidade nesta e na vida futura está em perigo. Você tem atendido às enganosas e tolas petições dela e seguido seu próprio juízo, o que não faz de você um cristão mais firme e um filho mais fiel e consciencioso. Se a atmosfera que a circunda lhe é a mais aprazível, se ela preenche suas aspirações a respeito de uma esposa que estará na liderança de sua família, se em seu julgamento sereno, conduzido pela luz que lhe foi concedida por Deus, o exemplo dela for digno de imitação, você pode não só casar-se com ela como também estar em sua companhia e comportar-se como o marido e a esposa deve comportar-se um com o outro.
Seus atos e conversação são ofensivos a Deus. Os anjos de Deus registram suas palavras e ações. A luz lhe tem sido concedida, porém você não a atende. A conduta que tem seguido é uma vergonha à causa de Deus. Seu comportamento é inconveniente e anticristão. Quando cada um deveria estar em sua casa dormindo, estão na companhia e nos braços um do outro quase a noite inteira. Têm seus pensamentos sido mais puros, mais santos, mais enobrecidos e elevados? Tem uma visão nítida do dever - um amor maior por Deus e pela verdade?
Sua amiga,
Ellen G. White
Carta nº 2
12 de janeiro de 1880
Prezado William,
Levantei-me cedo esta manhã. Minha mente não está em paz no que diz respeito a você. Seu caso foi-me mostrado. O Livro do Céu se abriu e li um registro de sua vida.
Você lançava sobre si a mais amarga crítica por ter confiado em seu próprio juízo e caminhado em sua própria sabedoria.
Rejeitou a voz de Deus e desprezou as advertências e conselhos de Seus servos. Seguiu com perseverança e persistência seus próprios caminhos perniciosos, nos quais o caminho da verdade foi blasfemado e almas que poderiam ter sido salvas por seu intermédio se perderam.
Muito mais poderia relatar a seu respeito, mas isso é suficiente por ora. Senti-me agradecida quando saí da visão e percebi que não era a realidade presente, que o tempo de graça se prolongava. E agora, peço-lhe que se apresse e não brinque mais com as coisas eternas.
Você se vangloria de ser honesto, mas não é. Por sua conduta tem estado e ainda está soldando os grilhões que o prenderão na
mesma escravidão com Carol. Tem rejeitado a voz de Deus e tem atendido a voz de Satanás. Age como um homem destituído de bom senso e por quem? Por uma moça sem princípios, sem um traço de caráter realmente digno de amor, arrogante, extravagante, voluntariosa, não consagrada, impaciente, obstinada, sem afeto natural e impulsiva. Se vocês se separassem completamente, ela ainda poderia ter uma melhor oportunidade para examinar-se e humilhar o coração diante de Deus.
Sempre há um período crítico na vida de um rapaz quando se separa das influências e conselhos sábios do lar e enfrenta novas situações e provas difíceis. Se, contra sua vontade ou por escolha própria, é colocado em situações perigosas e depende de Deus para buscar força, cultivando o amor de Deus em seu coração, será guardado de ceder à tentação pelo poder de Deus que o colocou naquela situação difícil.
Que diferença entre o caso de José e o de jovens que aparentemente forçam sua entrada no terreno do inimigo, expondo-se aos impetuosos ataques de Satanás!
O Senhor fez José prosperar. Porém em meio à sua prosperidade veio a adversidade mais sombria. A esposa de seu senhor era uma mulher licenciosa, que o incitou rumo ao inferno. Renderia José seu áureo caráter moral às seduções de uma mulher depravada? Lembrar-se-ia de que os olhos de Deus estavam sobre ele?
Poucas tentações são tão perigosas e fatais para os jovens como a sensualidade. E quem se render provará ser ela claramente destrutiva para a alma e para o corpo, no presente e na eternidade. O bem-estar de todo o futuro de José dependia da decisão de um momento. Calmamente José dirige seus olhos ao Céu e clama por ajuda, livra-se de sua capa exterior, deixando-a nas mãos de sua tentadora. E enquanto seus olhos brilham com determinação resoluta, em lugar de uma paixão não santificada, ele exclama: "Como posso cometer esse grande mal e pecar contra Deus?" A vitória está ganha, ele escapa da sedutora; está salvo.
Você tem tido oportunidade de mostrar se a sua religião é uma realidade prática. Tem tomado liberdades à vista de Deus e dos
santos anjos que não tomaria na presença de seus amigos. A verdadeira religião compreende todos os pensamentos da mente,
penetrando todas a intenções secretas do coração e todos os motivos de ação; o objeto e a direção dos afetos e toda a estrutura de nossa vida. "Tu és Deus que vê", seja a senha, a sentinela da vida. Você pode aceitar essas lições. Você necessita aprender. Que Deus o ajude.
Ellen G. White
Carta 30, 1875.
Essa carta contém algumas das advertências e conselhos mais severos da serva do Senhor encontrados nesse livro. Parece que Elizabete tem tantos problemas pessoais e fraquezas que seu caso está perdido. A princípio esta carta soa como um juízo final de Deus, porém exatamente no meio de toda a repreensão encontram-se as seguintes palavras de encorajamento:"Não considero seu caso sem esperança; se fosse assim, minha caneta não estaria escrevendo estas linhas." Ellen White conclui com um forte apelo para a conversão de Elizabete.
Prezada Elizabete,
Foi-me mostrado que você estava em perigo de cair sob o controle completo do grande adversário das almas. Você tem se oposto à restrição, é obstinada, voluntariosa, teimosa e tem causado muitos desgostos para seus pais. Eles erraram. Seu pai a mimou imprudentemente. Você se aproveitou disso e tornou-se fingida. Recebeu aprovação que não merece.
Na escola você tinha um bom e nobre professor, no entanto sentia-se indignada porque era refreada. Pensava que por ser a filha do Pastor Cole, seu professor devia mostrar preferência por você e não devia tomar a liberdade de corrigi-la e repreendê-la.
Enquanto estava na escola, algumas vezes fora incômoda, atrevida e provocadora. Faltou-lhe muita modéstia e decoro. Foi ousada, egoísta e orgulhosa e precisava de disciplina firme tanto em casa como na escola.
Você formou idéias errôneas a respeito da amizade entre moças e rapazes, e se agrada muito em estar na companhia de rapazes. Está se prejudicando ao ler histórias de amor e romances, e sua mente está enfeitiçada por pensamentos impuros. Sua imaginação se tornou depravada, e até mesmo você parece não ter poder para dominar seus pensamentos. Satanás a leva cativa de acordo com a vontade dele.
Sua conduta não tem sido honesta, modesta ou adequada. Você não tem o temor de Deus diante de seus olhos. Minha querida, a menos que pare exatamente onde está, certamente a ruína estará diante de você. Ponha fim a suas fantasias, a seus castelos no ar. Impeça que seus pensamentos incorram no canal da tolice e da desmoralização.
Se se entrega a fantasias vãs, permitindo que a mente se demore em pensamentos impuros, você é, em certo grau, tão culpada perante Deus como se seus pensamentos fossem levados à ação. A única coisa que impede a ação é a falta de oportunidade.
Tem que se transformar numa fiel sentinela de seus olhos, ouvidos e todos os seus sentidos se quiser controlar a mente e evitar que pensamentos impuros e corruptos manchem sua alma.
Se as paixões e afeições forem sujeitas à razão, consciência e caráter, a imaginação deve ser controlada de forma absoluta e contínua.
Você está em perigo porque está exatamente a ponto de sacrificar seus interesses eternos sobre o altar da paixão. Paixão que está obtendo domínio absoluto de todo o seu ser, e de que qualidade? de natureza vil e destrutiva.
Apelo para que pare onde está. Não avance nem mais um passo em seu procedimento obstinado e desenfreado, pois a miséria e a morte estão diante de você. A menos que exerça autocontrole sobre suas paixões e afeições, certamente trará desonra sobre si e sobre todos que estão à sua volta, e desgraça sobre seu caráter que perdurará enquanto você viver.
Não considero seu caso sem esperança; se fosse assim, minha caneta não estaria escrevendo estas linhas. Você pode redimir o passado no poder de Deus. Pode agora mesmo alcançar excelência moral, de modo que o seu nome seja associado com coisas puras e santas. Você pode ser elevada. Deus tem providenciado os auxílios necessários.
Pensa tanto em si mesma e em sua própria esperteza, que isso tem lhe conduzido a tal fingimento e presunção, que quase fazem de você uma tola. Tem uma língua enganosa, que delicia-se com a deturpação e a falsidade. Oh, minha querida, se tão somente pudesse acordar, se sua consciência entorpecida e enfraquecida fosse despertada. Se pudesse cultivar uma impressão constante da presença de Deus e manter-se submissa ao domínio de uma consciência uminada e vigilante, você seria feliz e seria uma bênção para seus pais, cujo coração você magoou. Você pode ser um instrumento de justiça para suas amizades.
Precisa de uma conversão completa, e sem ela está no fel da amargura e nos grilhões da iniqüidade.
Tire de sua cabeça de menina a idéia de casamento. Você não está preparada em nenhum sentido para isso. Você necessita de anos de experiência antes que esteja habilitada para compreender os deveres e dedicar-se aos encargos da vida matrimonial.
Pode tornar-se uma moça prudente, honesta e virtuosa, mas não sem veemente esforço. Deve vigiar, orar, refletir e examinar seus motivos e ações. Analise rigorosamente seus sentimentos e atos. Cometeria uma ação impura na presença de seu pai?
Certamente não. No entanto, o faz na presença do Pai celestial, que é muito mais sublime, santo e puro. Sim, você corrompe seu corpo na presença de anjos puros e sem pecado e na presença de Cristo. Continua a fazer isso sem levar em conta a consciência, a luz e as advertências que lhe são dadas.
Entregue-se a Cristo sem demora. Somente Ele, pelo poder de Sua graça, pode resgatá-la da ruína. Somente Ele pode devolver a saúde às suas faculdades morais e mentais. Seu coração pode ser aquecido com o amor de Deus; seu entendimento ser claro e amadurecido; sua consciência ser iluminada, vivaz e pura; sua vontade reta e antificada, submissa ao controle do Espírito de Deus. Pode fazer de si mesma o que desejar. Se agora você der meia-volta, cessar de pecar e aprender a fazer o bem, então certamente será feliz e bem-sucedida nas batalhas da vida. Elevar-se-á à glória e honra na vida melhor. "Escolha hoje a quem você servirá."
Ellen G. White
Carta em Testimonies, vol. 2, págs. 558-565.
Queridos Edson e Ema,
Vocês, meus filhos, entregaram o coração um ao outro; da mesma forma como o deram inteiramente e sem reservas a Deus.
Em sua vida conjugal procurem animar um ao outro. Mostrem os nobres e elevados princípios da santa fé nas conversações diárias e na intimidade de sua vida. Sejam sempre zelosos e ternos pelos sentimentos um do outro. Não permitam nenhum tipo de zombaria, gracejo ou repreensão irônica entre vocês. Essas coisas são perigosas. Elas ferem. O ferimento pode ser encoberto, contudo a ferida existe, e a paz está sendo sacrificada e a felicidade ameaçada.
Meu filho, guarde-se e em nenhum momento manifeste a menor inclinação que lembre um espírito ditatorial e arbitrário.
Haverá recompensa em cuidar de suas palavras antes de dizê-las. Isto será mais fácil do que retratá-las ou apagar sua impressão depois. Fale sempre bondosamente. Suavize os tons de sua voz. Permita que somente amor, bondade e mansidão sejam expressos em seu semblante e em sua voz. Faça disto uma atividade que difunda raios de luz, mas nunca permita que fique uma nuvem. Ema será tudo que você deseja, se for cauteloso e não lhe der nenhum motivo para sentir-se aflita, perturbada e duvidar da genuinidade de seu amor. Vocês próprios podem conquistar sua felicidade ou perdê-la. Através do esforço para
sujeitar sua vida à Palavra de Deus, podem tornar correta, nobre, elevada e agradável a senda da vida um para o outro.
Estejam dispostos a ceder. Edson, ceda algumas vezes em seu julgamento. Não seja obstinado, mesmo se o seu procedimento lhe parecer sensato. Você deve ser complacente, paciente, bondoso, sensível, compassivo, educado, mantendo as pequenas cortesias da vida, os atos afetuosos, a ternura, as palavras cordiais e encorajadoras. Que as bênçãos de Deus repousem sobre vocês, meus filhos, é a oração de sua mãe.
Mamãe
Carta 24, 1870.
O Casamento é Como o Amor de Cristo
por seu Povo Escolhido
Tanto no Antigo como no Novo Testamentos, a relação matrimonial é empregada para representar a terna e sagrada união existente entre Cristo e Seu povo, os remidos a quem Ele comprou a preço do Calvário. "Não temas", diz Ele; "porque o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos Exércitos é o Seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor." Isa. 54:4 e 5. "Converteivos, ó filhos rebeldes, diz o Senhor; porque Eu vos desposarei." Jer. 3:14. No Cântico dos Cânticos ouvimos a voz da esposa, dizendo: "O meu Amado é meu, e eu sou dEle." Cant. 2:16. E Aquele que é para ela "o primeiro entre dez mil" (Cant. 5:10), fala a Sua escolhida: "Tu és toda formosa, amada Minha, e em ti não há mancha." Cant. 4:7. O Maior Discurso de Cristo, pág.64.
A Vida Conjugal é Cada vez Melhor
Homens e mulheres podem atingir o ideal de Deus a seu respeito, se tomarem a Cristo como seu ajudador. O que a sabedoria humana não pode fazer, Sua graça realizará pelos que a Ele se entregarem em amorosa confiança. Sua providência pode unir corações com laços de origem celestial. O amor não será mera troca de suaves e lisonjeiras palavras. O tear do Céu tece com trama e urdidura mais fina, não obstante mais firme do que se pode tecer nos teares da Terra. O resultado não é um tecido débil, mas sim capaz de resistir a fadigas e provas. Coração unir-se-á a coração nos áureos vínculos de um amor que é perdurável. A Ciência do Bom Viver, pág. 362.
Amar como Cristo amou significa manifestar altruísmo, através de palavras bondosas e fisionomia prazenteira, em todos os momentos e em todos os lugares. Para aqueles que as outorgam não custam nada, porém deixam atrás de si uma fragrância que envolve a alma. Seu efeito nunca poderá ser estimado. São elas uma bênção, não apenas para quem as recebe, mas também para o doador, porque atuam sobre ele. Genuíno amor é um precioso atributo de origem celestial que aumenta em fragrância, à medida que é dispensado a outros.
O amor de Cristo é profundo e ardente, fluindo como uma irreprimível torrente para todos que o aceitarem. Não há egoísmo em Seu amor. Esse amor, nascido no Céu, é um princípio permanente no coração, e que se tornará conhecido não apenas daqueles que consideramos mais queridos no relacionamento sagrado, mas de todos com quem entramos em contato. Ele nos levará a expressá-lo em pequenos atos de cortesia, a fazer concessões, a realizar ações de bondade, a falar palavras ternas, verdadeiras e encorajadoras. Levar-nos-á a simpatizar com aqueles cujo coração anseia por simpatia. The Seventh-day
Adventist Bible Commentary, vol. 5, pág. 1.140.
Você Precisa de Ajuda?
Fiz a Escolha Certa?
Não devemos pôr a responsabilidade de nosso dever sobre outros, e esperar que eles nos digam o que fazer. Não podemos depender da humanidade quanto a conselhos. O Senhor nos ensinará nosso dever com tanta boa vontade como o faz a qualquer outro. Se a Ele nos achegarmos com fé, transmitir-nos-á pessoalmente os Seus mistérios. Nosso coração arderá muitas vezes dentro de nós ao aproximar-Se Alguém para comungar conosco como fez com Enoque. Os que decidem não fazer, em qualquer sentido, coisa alguma que desagrade a Deus, depois de Lhe apresentarem seu caso saberão a orientação que hão de
tomar. E não receberão unicamente sabedoria, mas força. Ser-lhes-á comunicado poder para a obediência e para o serviço, assim como Cristo prometeu. O Desejado de Todas as Nações, pág. 668.
O casamento é alguma coisa que influenciará e afetará sua vida tanto neste mundo como no porvir. Um cristão sincero não levará avante seus planos nessa direção sem conhecer que Deus lhe aprove as intenções. Não quererá escolher por si mesmo, mas sentirá que Deus deve escolher. Não temos de nos agradar a nós mesmos, pois Cristo não Se agradou a Si próprio. Não quero que entendam que estou querendo dizer que alguém deva casar-se com uma pessoa a quem não ame. Isto seria pecado.
Porém a fantasia e a natureza emocional não devem ter permissão de dirigir para a ruína. Deus requer todo coração, o supremo afeto. O Lar Adventista, pág. 43.
Se homens e mulheres têm o hábito de orar duas vezes ao dia antes de pensar no casamento, devem fazê-lo quatro vezes quando pensam em dar esse passo. O casamento é uma coisa que influenciará e afetará sua vida, tanto neste mundo como o porvir. O cristão sincero não avançará os seus planos nesta direção sem ter o conhecimento de que Deus aprova seu proceder. Mensagens aos Jovens, pág. 460.
Se há qualquer assunto que deveria ser considerado com calma reflexão e juízo desapaixonado, é este o assunto do casamento.
Se há tempo em que se necessita da Bíblia como uma conselheira, é antes de dar um passo que ligue pessoas por toda a vida.
Fundamentos da Educação Cristã, pág. 103.
Instituído por Deus, o casamento é uma ordenança sagrada, e nunca se deve entrar nele com espírito de egoísmo. Aqueles que pensam em dar esse passo, devem considerar-lhe solenemente e com oração a importância, e buscar conselho divino a fim de saberem se estão seguindo uma direção em harmonia com a vontade de Deus. A instrução dada na Palavra de Deus a esse respeito deve ser cuidadosamente considerada. O Céu contempla com prazer o casamento formado com sincero desejo de conformar-se com as direções dadas na Escritura. O Lar Adventista, pág. 70.
Parece que Bela não quer receber conselhos de ninguém, nem mesmo das pessoas mais chegadas e mais interessadas na felicidade dela. Ellen White sugere que ela escute seus pais, e por sua vez está desapontada de que seus próprios conselhos têm sido ignorados. Ela pede a Bela que, caso não esteja disposta a buscar auxílio humano, deve volver-se para Deus. Eis duas cartas que a Sra. White escreveu para ela.
Carta nº 1
Battle Creek, Michigan, 1º de março de 1889
Querida Bela,
Espero encontrar-me com você para conversarmos. Temo imensamente que você menospreze a luz que o Senhor Se agradou em dar-lhe por meu intermédio. Sei que o Senhor lhe tem amor terno e compassivo e espero que você não esteja sob a tentação de ser induzida a seguir um rumo que separe sua alma de Deus. Há muitos que estão prontos a dar conselho e confundir a mente, que não têm a Deus como conselheiro. Portanto, tudo que eles possam dizer apenas confundirá ainda mais aqueles que já estão muito confusos.
Bela, tais são a sua disposição e o seu temperamento, que me fazem temer muito por sua alma. Temo que não escolha por companheiros os que são prudentes, sábios e humildes de coração, que amam a Deus e guardam Seus mandamentos.
Abster-se mesmo da aparência do mal, é a exortação do apóstolo inspirado. Você tem feito isto? O sensacional e o emocional são desenvolvidos mais plenamente do que o intelectual. Bela, tudo que intensifique essa tendência e a transforme numa força dominante deve ser evitado. Você tem virtudes motivadoras. Permita que elas sejam sem mácula e inteiramente dedicadas a Deus. Ele lhe conferiu capacidades e faculdades para serem santificadas e empregadas para Sua glória.
Você tem uma história e está fazendo história. Nesta crise de sua vida, a mente pode ter uma predisposição, uma tendência para o que é vulgar mais do que para o que é refinado. As influências contaminadoras do mundo podem moldar seus hábitos, seu gosto, sua conversação e sua conduta. Você está do lado perdedor. Os preciosos momentos, tão solenes, cheios de resultados eternos, podem estar inteiramente do lado de Satanás neste assunto e podem evidenciar a sua ruína. Não desejo que aconteça isso. Desejo que você seja uma cristã, uma filha de Deus e uma herdeira do Céu.
Está em perigo de abandonar a Cristo e tornar-se indiferente e indisposta a escutar um conselho sábio. O conselho do amor paterno se perde em ouvidos surdos. Bela, você se dispõe a pensar seriamente
se aceitará o conselho dos mais experientes? Desejará ser guiada por seus amigos? O conselho paterno será desatendido? Tomará o caso em suas próprias mãos?
Espero que mude suas atitudes, pois se o Senhor tem falado por meu intermédio, Ele agora lhe diz que volte atrás. Suas paixões são fortes, seus princípios estão ameaçados e não levará em consideração e nem seguirá o conselho que você sabe ser o melhor e o único claro, seguro e coerente. Você se decidirá a fazer o que é certo, a ser correta e a atender ao conselho que lhe tenho dado em nome do Senhor? Deus lhe concedeu faculdades. Serão elas desperdiçadas à toa? Esforços não orientados irão, com mais freqüência, na direção errada do que na certa. Permitirá que se sucedam anos de desobediência, de decepção e de vergonha? E você cause tantas impressões errôneas na mente das pessoas por causa de suas atitudes que nunca poderá ter aquela influência que poderia ter tido?
Para conquistar aquilo que você pensa é liberdade, procura um rumo que, se seguido, a manterá em uma sujeição pior que a escravidão. Você deve mudar seu comportamento e ser guiada pelo conselho da experiência e por meio da sabedoria daqueles a quem o Senhor instrui, colocando sua vontade ao lado da vontade de Deus.
Porém, se você estiver decidida a não escutar conselhos, a não ser os seus próprios, e a resolver cada problema por si mesma, então esteja certa que colherá o que semeou. Você deixará completamente o caminho correto, a não ser que ferida, magoada e diminuída em caráter religioso, se volte para o Senhor, humilde, arrependida e confessando seus erros. Você se cansará de golpear o ar.
Lembre-se de que cada ação tem duplo propósito, ou é virtuosa ou desmoralizante. Deus está descontente com você. Pode permitir-se continuar na conduta que está seguindo?
Ellen G. White
Carta 47, 1889.
Carta nº 2
Querida Bela,
Novamente meu coração se dirige a você. Como está sua alma? Tem uma consciência livre de ofensas perante Deus e os homens? Suas amizades são de tal natureza a elevar sua mente a Deus e às coisas celestiais, a aumentar em você o respeito por seus pais, e as aspirações puras e santas? Ama a verdade e o que é correto? Ou está se entregando à imaginação criativa, que não tem influência sadia sobre a alma? Pode contemplar com satisfação o último ano de sua vida? Pode perceber crescimento em força espiritual? Qualquer satisfação vulgar, qualquer comodismo, deixa uma cicatriz na alma e as nobres virtudes da mente são corrompidas. Pode haver arrependimento, porém a alma está mutilada e levará sempre consigo sua cicatriz. Jesus
pode limpar o pecado, mas a alma sofre uma perda.
Bela, rogo-lhe que vá a Deus em busca de sabedoria. O mais difícil é controlar a si mesma. Suas próprias provações diárias, suas emoções e seu temperamento peculiar, seus impulsos interiores - essas são as coisas mais difíceis de você controlar. Essas tendências voluntariosas a conduzem freqüentemente à escravidão e às trevas.
Seu único caminho é entregar-se, sem reservas, nas mãos de Jesus - com todos os seus hábitos, tentações, provações e impulsos - e permitir que o Senhor a modele como o barro é modelado nas mãos do oleiro. Você não é dona de si, portanto há necessidade de entregar sua personalidade incontrolável nas mãos dAquele que pode dirigi-la. Então descanso, precioso descanso e paz sobrevirão à sua alma.
Bela, ainda não é tarde demais para os erros serem corrigidos. Não é demasiado tarde para certificar-se de sua vocação e escolha. Agora você pode começar a operar no plano de adição. Adicione à sua fé virtude, conhecimento, temperança, paciência e todas as graças cristãs. As demais coisas perecerão no grande dia da conflagração, porém o ouro do caráter santo perdurará. Ele não conhece a decadência. Suportará a prova do fogo no último dia. Minha querida filha, desejo que se lembre de que "Deus há de trazer a juízo toda obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau". Ecl. 12:14.
O que você está fazendo, Bela? Desde que decidiu rejeitar o conselho e recusar a advertência tem se tornado uma cristã firme e bem desenvolvida? Ou escolher seu próprio caminho tem lhe trazido inquietações, preocupações e ansiedades?
Por que não ouve o conselho de seus pais? Diante de você está o caminho que conduz à ruína certa. Não se volverá enquanto pode? Buscará ao Senhor enquanto a doce voz da misericórdia lhe está convidando? Ou ainda preferirá seguir seu próprio caminho? O Senhor Se compadece de você. O Senhor a convida. Você aceitará?
Que o Senhor a ajude a escolher ser inteiramente dEle.
Ellen G. White
Carta 51, 1889.
Os Pais Podem Ajudar
Se desfrutam a bênção de ter pais tementes a Deus, procurem deles conselhos. Abram-lhes suas esperanças e planos, aprendam as lições que lhes ensinaram as experiências da vida. A Ciência do Bom Viver, pág. 359.
Deve um filho ou uma filha escolher um companheiro sem primeiro consultar os pais, quando tal passo tem de afetar materialmente a felicidade dos pais, uma vez que tenham algum afeto a seus filhos? E deve esse filho, não obstante o conselho de seus pais, persistir em seguir seu próprio caminho? Respondo positivamente: Não; não, mesmo que ele nunca se haja de casar. O quinto mandamento proíbe tal orientação. "Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá." Êxo. 20:12. Eis um mandamento com uma promessa que o Senhor certamente cumprirá aos que obedecem. Os pais prudentes nunca escolherão para seus filhos companheiros sem o respeito para com os desejos deles. O Lar
Adventista, pág. 75.
Um dos maiores erros ligados a este assunto é a idéia de que os jovens e inexperientes não devem ser perturbados em suas afeições, que não deve haver nenhuma interferência em sua experiência amorosa. Se já houve um assunto que devesse ser considerado de todos os pontos de vista, é este. O auxílio da experiência de outros, e o calmo e cuidadoso pesar da questão em ambos os lados, é positivamente indispensável. É um assunto que é pela grande maioria de pessoas tratado com muita, mas muita leviandade. Consultem a Deus e a seus pais tementes a Deus, jovens amigos. Orem sobre o assunto.
Se os filhos tivessem mais familiaridade com os pais, se neles confiassem e lhes desabafassem as alegrias e tristezas, pouparse-iam muita mágoa futura. Quando se acham perplexos, sem saber qual o procedimento correto, exponham aos pais a questão,tal qual a consideram sob o seu ponto de vista, e peçam-lhes conselho. Quem seria tão capaz como os pais tementes a Deus, de lhes apontar os perigos? Quem tão bem como eles compreenderá seu temperamento particular? Os filhos que forem cristãos avaliarão acima de toda bênção terrena o amor e a aprovação dos pais tementes a Deus. Os pais podem simpatizar com os filhos, e orar por eles e com eles, para que Deus os proteja e guie. Fundamentos da Educação Cristã, págs. 104-106.
Esta carta focaliza a questão da responsabilidade dos pais. É evidente que Henrique está tentando insistir com a moça, mesmo contra a forte oposição dos pais dela e sem levar em consideração os sentimentos deles. Essa situação levanta a questão se os pais devem ser consultados no processo de escolher a esposa. O que acontece após casamento de tal natureza, até onde as relações com os pais dizem respeito? Ellen White apresenta tais conseqüências como dignas de ser consideradas.
Genebra, Suíça, 16 de dezembro de 1885
Estimado Henrique,
Compreendo que deseja saber minha opinião a respeito deste assunto que o preocupa referente ao seu casamento com a filha do irmão Meyer. Entendo que o pai daquela, sobre quem você depositou seus sentimentos, não está querendo que sua filha se una em casamento com você. Embora me simpatize por você, devido à sua decepção, desejo dizer-lhe: Quem deve estar mais interessado em sua própria filha do que seu pai, como também sua mãe?
Na realidade, sua insistência nesse assunto contra a vontade dos pais dela, é sinal que o Espírito de Deus não tem estado em primeiro lugar em seu coração e não tem sido uma força dominante em sua vida. Você tem força de vontade e firme e persistente determinação para cumprir qualquer coisa que se propuser.
Analisará você, meu irmão, seu próprio espírito para criticar seus motivos a fim de verificar se tem nesse assunto a boa intenção de fazer todas as coisas para a glória de Deus? Foi-me mostrado os casos de vários jovens na Suíça que estavam envolvidos demais pelo assunto do casamento. Tinham a mente tão ocupada com isso que estavam se desqualificando para fazer a obra que Deus desejava que fizessem.
Foi-me mostrado um jovem que estava procurando fazer parte da família do irmão Meyer, a quem ele parecia não aceitar. O rapaz estava em grande provação e tormento mental. Não posso deixar de pensar que isso se aplica a você. Esse jovem não estava habilitado, em nenhum sentido, para assumir as responsabilidades de marido ou de uma família. Se a união logo se concretizasse, haveria como resultado grande infelicidade.
Pois bem, irmão, meu conselho é que você entregue sua vontade e sentimentos a Deus e deponha-se sobre o Seu altar.
Há o quinto mandamento que deve ser respeitado. Houvesse esse mandamento sido mais respeitado do que tem sido, houvessem os filhos sido mais obedientes a seus pais e os houvessem honrado, quanto sofrimento e miséria seriam poupados!
A filha inexperiente não sabe discernir o que é para seu bem, nem sabe como escolher sabiamente o companheiro que tornará sua vida agradável e feliz. E um casamento infeliz é a maior calamidade que pode acontecer a ambos.
Meu irmão, examinará rigorosamente seu coração para ver se está ou não no amor de Deus? Perceberá que tipo de sentimentos estão se originando contra o irmão Meyer, só porque não aprova a união entre você e a filha dele? Se realmente estivesse instruindo-se na escola de Cristo a tomar Seu jugo, a carregar Seu fardo, e a aprender da mansidão e humildade de coração de Jesus, você não insistiria de forma tão persistente em fazer sua vontade e seus desejos.
Não se desqualifique por causa de sua forte resolução em conseguir seus objetivos a qualquer custo. Pare onde está e pergunte se "Que espírito me controla?" Está amando a Deus de todo coração? Está amando ao seu próximo como a si mesmo?
O dever primordial que repousa sobre a filha do irmão Meyer é obedecer e honrar a seus pais. Ela poderá fazê-lo se você não
mantiver a mente dela tão indecisa, que não possa cumprir seu dever para com os pais.
A mãe necessita do auxílio da filha, e quando ela estiver um pouco mais experiente, saberá melhor como escolher um marido que torne sua vida aprazível e feliz. Uma mulher que se deixa ser governada até nas menores questões da vida doméstica, que cede sua identidade, nunca será de muita serventia ou uma bênção ao mundo e não corresponderá ao propósito de Deus em sua existência. Ela não será mais que uma máquina, a ser guiada pela vontade e opinião de outra pessoa. Deus deu a cada um, homem e mulher, uma personalidade própria, uma individualidade. Todos devem agir por si mesmos segundo o temor de
Deus.
Existem tantos casamentos infelizes! Ficamos surpresos que os pais sejam cautelosos e queiram proteger seus filhos de qualquer união que não seja sábia e apropriada?
Sua irmã em Cristo,
Ellen G. White
Carta 25, 1885.
Antes de Dizer "Sim!"
Casamentos precoces não convêm. Relação tão importante como seja a do casamento, e tão vasta no alcance de seus resultados, não deve ser assumida precipitadamente, sem suficiente preparo, e antes de se acharem bem desenvolvidas as faculdades mentais e físicas. A Ciência do Bom Viver, pág. 358.
Afeições formadas em tenra idade têm muitas vezes resultado em uniões infelizes, ou em vergonhosas separações. As uniões precoces, formadas sem o consentimento dos pais, raramente são felizes. ... Depois de se haver tornado o juízo deles mais assentado, consideram-se ligados um ao outro por toda a vida, e talvez incapazes de se tornar mutuamente felizes. Então, em vez de fazer de sua sorte o melhor que podem, lançam-se recriminações, a brecha que os separa se alarga, até que se estabeleça positivamente a indiferença e a negligência mútuas. Para eles nada existe de sagrado na palavra "lar". Sua própria atmosfera acha-se envenenada por palavras desamorosas e amargas censuras. Mensagens aos Jovens, pág. 452.