Eu sou assim.

Sou desse tipo de pessoa. Um pouco egoísta, gosto de atenção e receber elogios. Sem muita paciência e bastante reclamão. Tenho uma boa vida e motivos mais do que suficientes para não me chatear com nada, mas me chateio. Sou uma criança por dentro. Criança o bastante para ignorar os problemas alheios julgando-os ser infantilidade. Coisa de gente que não sofreu o bastante, eu digo - como se eu já tivesse sofrido (e sofri). Tem sido assim; uns dias bons, outros meio complicados. Nada muito exagerado ao ponto de me fazer muito feliz mas, também, nada tão forte a ponto de me deixar mais tão pra baixo. Acho que já superei um pouco, no entanto, sempre me engano em ver alguma evidência de algo deixado para trás.

Sou um pouco ingrato, admito. Mas gosto de mim exatamente da forma que sou. Acho poético e até um pouco bonito essa coisa de sofrer por amor, sabe? Não quando é algo que você julga ser o fim do mundo. Nunca vai ser. Aliás, acho isso infatilidade (Viu? Lá vou eu mais uma vez...). Sempre haverá o dia seguinte e chegará um ponto que você nem lembrará mais. Bem, há pessoas que lembram. Eu sou uma dessas. Uma luta confinada no âmago do meu ser que perdura por uns três anos. Pois é. Muito poético, não é? Mas muito patético, e, sofrido também.

Não que seja algo tão arrebatador que eu não pudesse esquecer - é isso também -, mas eu também não quero abandonar esse sentimento que jaz dentro de mim como se fosse para se jogar fora. Não consigo. Eu já não sou desses. Não esqueço com facilidade. Como disse antes, e também nem quero. É algo que gosto de lembrar todos os dias, por mais doloroso que possa ser. Patético, não disse? A esse ponto, deve estar achando que é criancisse escrever todas essas coisas, assim como qualquer outro dia irei reler e me perguntar por que diabos escrevi isso. Mas é coisa de momento, eu acho.

Achar é uma das minhas qualidades, também. "Eu acho" tantas coisas que no final não tenho nada concreto. São tantas suposições de histórias irreais supreendentes. Vou contar um segredo a vocês: Antes de dormir, todos os dias, desde que a conheci, eu imagino uma história sobre nós dois. Pois é, e isso já faz quase cinco anos. Já poderia ter uma saga de filmes enormes. Uns chatos, melosos demais. Outros interessantes, e aqueles que te fazem pegar raiva por certo personagem.

Certo, certo... Já escrevi muita enrolação. Mas talvez tenha sido pra passar o tempo, eu não sei. Eu acho que é só chateação querendo sair pra fora. No fundo estou um pouco cansado dessa poeticidade toda mesclado com tristeza e pateticidade. Eu acho mesmo que é coisa de momento. Mas, esse sentimento, é algo certo que vou levar junto comigo para o resto de meus dias.

Eu sou assim. Esse tipo de pessoa. Meio inconstante, ingrato, egoísta, chato, sem paciência e que só sabe reclamar. Mas, por incrível que pareça, os outros acham que eu sou bom e legal. Vai entender, é.

A H
Enviado por A H em 22/01/2012
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