Diz um axioma francês: Le bien fait peu de bruit e le bruit fait peu de bien. Fosse inglês, não seria necessário traduzir. Mas é francês! Vamos lá: “O bem faz pouco barulho e o barulho faz pouco bem”.
É na beleza do silêncio que o sol se põe a cada tarde. Quem não souber prestar atenção não verá. E não lerá o verso novo que a natureza escreve a cada crepúsculo.
É no silêncio que cresce o amor.
É no silêncio que o casal se enlaça e mergulham perpenetrados para encontrarem-se. Como faz o mergulhador que busca pérolas no fundo do mar.
É no silêncio e não ganindo e uivando, que o amor se irradia
É no silêncio emoldurado do leve zumbido dos sussurros que o óvulo é amorosamente fertilizado.
É no silêncio que a mãe cultiva a vida que cresce dentro de si mesma, com a qual dialoga sem dizer palavra.
É no silêncio que o bebê se aninha sugando a vida dos seios.
É no silêncio que as flores pintam suas pétalas aveludadas.
É no silêncio que a saúde se enraíza. A doença é ruidosa, chama a atenção, dói.
É pelo silêncio que se sabe o homem bom em seu lar. O bruto, selvagem, que espanca mulher e filhos, a vizinhança toda ouve seu barulho.
É no silêncio que o Deus silencioso se manifesta.