ACALANTO PARA VERÔNICA
Amiga querida,
Junto-me a ti nessa saudade.
Empresto-te o colo, o ombro e o verbo, embora saiba que nessas horas todas as palavras ficam arcaicas, obsoletas...
A melhor linguagem seria o silêncio.
No entanto, quero repetir que o corpo físico é somente uma vestimenta do espírito quando em missão por este planeta. Isso quer dizer que não morremos, apenas trocamos de vestimenta, na hora certa, no momento exato. Não estamos aqui por acaso. O Criador nos fez à sua imagem e semelhança. Não seria justo que fôssemos apenas matéria finalizada numa tumba fria. O Senhor sabe o que faz!
Era chegada a hora de sua mãe! E ela se foi leve, livre e solta depois de cumprida, e bem cumprida a sua missão por aqui. Restará o exemplo e a certeza de novo encontro.
Amiga querida, sua mãe foi singrar outros mares, passear sem o peso de sua farda de carne! Foi conhecer outras maravilhas. Mesmo assim, num corpo etéreo, ela estará sempre entre vocês, velando pela família que aqui construiu e amou. Pense nisso!
Mesmo sabendo que essa passagem por aqui é apenas uma viagem, um curso de pós-graduação para que se possa ascender a patamares mais altos, e que há um Deus perfeito e maravilhoso que nos espera para outras jornadas, outros afazeres, quedamos-nos abatidos diante da partida.
Nisso tudo, temos que ter coragem, pois, mesmo nos preparando para essa partida, não a aceitamos. Tudo fica revirado. Parece um tornado que tenta nos levar a alma. A gente fica inerme, fragilizada, feito fantasmas ambulantes, a perambular sem rumo.
Por isso, eu te digo: força, amiga! Pega teu fardo e segue!
Tens um lugarzinho cativo no coração desta amiga que te ama e te admira muito, viu!.
Beijos da Genaura Tormin