Será que Saddam Hussein morreu?

Saddam Hussein não morreu, apenas mataram seu corpo físico.

A humanidade não está melhor por causa disso, a real justiça também não se fez através disso.

Seu enforcamento trata-se de absurda estupidez, apenas para saciar a vingança; uma famigerada vingança que balança a bandeira do rancor, da revolta, do ódio.

Não se trata de defender o ex ditador, de tomar suas dores, mas sim, de promover a paz, uma paz que se fará sobretudo com o exercício do perdão.

Em uma das obras da codificação da Doutrina Espírita – A Gênese – no capítulo III – “O Bem e o Mal”, no tópico intitulado de “Destruição dos seres vivos uns pelos outros”, Kardec esclarece:

“A verdadeira vida, do animal tal, como a do homem, não se encontra no envoltório corporal, como também não se encontra em seu vestuário; ela está no princípio inteligente, que sobrevive e preexiste ao corpo”.

Saddam Hussein não morreu, apenas foi transportado para o outro lado da vida, sua essência, sua forma de pensar ainda continua bem viva. Suas disposições intimas, seus anseios, ainda são os mesmos, à humanidade julga que se livrou de um problema, quando em realidade, apenas o transferiu para outro campo de atuação.

O desconhecimento da continuação da vida faz à humanidade tomar atitudes inconseqüentes.

Na crosta terrestre pululam Espíritos que foram eliminados pela enganosa justiça humana. São criaturas que atuam agora no plano invisível e se irmanam a mentes que guardam afinidade com seus ideais de revolta. Acabam por promover um ambiente denso, pesado em todo o planeta.

O pior é que os maiores prejudicados somos nós mesmos, porquanto, alimentamos o ódio nas criaturas, ódio este que também preexiste a morte do corpo.

É como se plantássemos inimigos invisíveis, que atuam na surdina, sequiosos por vingarem-se porque julgam-se injustiçados.

Pagar o mal com o mal, alimenta o ódio e nos enrijece o coração.

A justiça jamais se fará com o mal, com a eliminação, com a vingança...

Se queremos de fato construir um ambiente de paz, devemos primeiro limpar nossos corações.

Foi triste e lamentável presenciar pessoas vibrando com a morte do ex ditador chileno Augusto Pinochet, óbvio que ninguém aprova atitudes como as que tinha o ex ditador, mas é profundamente deprimente, ver por exemplo, apresentadores de televisão comemorando sua morte.

É triste ver como a humanidade se emaranha em suas concepções errôneas, julga que está fazendo justiça, quando em realidade está apenas complicando à situação do planeta.

Não se destrói os Espíritos, não se destrói uma essência feita pela Suprema Inteligência.

Se faz imperioso que se livre do paradigma de que punição deve ser feita para fazer alguém sofrer. A punição eficaz, deve vir com o intuito de educar, esclarecer, jamais de eliminar, excluir.

Por isso, aumenta e muito a responsabilidade de se difundir os preceitos que traz a Doutrina Espírita, porque apenas a conscientização de que somos Espíritos imortais, que a vida continua, que estamos mergulhados nesse planeta a fim de aprender, poderá livrar à humanidade de barbaridades que são feitas em nome da justiça.

Pensemos nisso.

Wellington Balbo
Enviado por Wellington Balbo em 01/01/2007
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