Missão da Cruz
Visitei um lugar desconhecido...
Minha família me acompanhava e juntos andávamos...
O sol irradiava luz e calor por entre os galhos das árvores frondosas...
Os moradores, por entre os arbustos e atrás das pedras, espiavam...
Olhavam com estranheza e aos poucos, se aproximavam...
Tinham uma vida nômade, com muita simplicidade...
Suas feições eram rústicas e trajavam vestes surradas...
Observei que minha família afastou-se e sozinha eu estava...
Buscando-os, não os encontrava.
Continuamente, suavemente, eu andava...
Encontrei uma caneta e uma tesoura...
Juntamente com um graveto, fiz uma cruz...
A madeira, em posição vertical e a caneta e a tesoura, na horizontal.
Nesse momento, saltou por entre as pedras, uma jovem...
Lançou sobre o meu corpo uma vestimenta diferente do costume local.
De cor violeta suave, simples, via-se que à tempos estava guardada...
Despiu-me até a cintura e vestiu-me, calada.
Mansamente, eu continuava a caminhada...
Outra jovem, aproximando-se dizia estar com insuportável dor de cabeça e pediu que a curasse...
Senti que não poderia falhar e socorri-me à Deus...
Colocando a mão em sua cabeça, saiu feliz e saltitante:
Não era mais a mesma de antes.
Trouxeram-me uma senhora amparada por outras duas...
Queixava-se de dor na garganta...
Colocando a mão em seu pescoço, ela sarou...
E nesse momento, um ser me acordou, falando em sintonia de amor.
A mensagem compreendi...
Cortar o cordão, curar com as mãos, escrever na linha do coração...
Na linguagem do amor, na simplicidade que me é inerente...
Sei que a madeira da cruz me sustêm... Conseguirei?
Se não fisicamente... No anseio de minha alma, espiritualmente eu irei!
E sempre que retornar e acordar, feliz me sentirei!
Entre a cruz, a caneta e a tesoura, até quando viverei?
Se chorar, as minhas lágrimas eu secarei!
SempreRose&Angel - 16.10.2011