MALES DE TODOS OS TEMPOS

Honrado e lisonjeado com a escolha de meu poema “Amigo” para integrar a Coletânea "Os Melhores da Poesia Brasileira", agradeço a concordância do “sentir estético” dos avaliadores. Seguem os desejos de que as várias etapas de editoração ocorram a contento, a fim de que tenhamos também um ótimo exemplar na apresentação formal e uma boa recolha de versos para a posteridade. A iniciativa supre e completa o que vários moderadores de sites vêm fazendo nos escaninhos da net, divulgando – diuturnamente – o que se escreve em nível nacional. A edição em livro é a necessária MATERIALIDADE FORMAL que, possivelmente, conseguirá chegar à posteridade, além de congraçar os escritores envolvidos – nos eventos daí decorrentes – forjando amizades e novas ações culturais. O associativismo promovido é o que resulta de mais essencial. A efetiva confraternidade, num mundo sem rosto e alma, globalizado, é um real qualificativo que equaliza o sucesso pessoalizado. O sucesso de alguém é sempre – dialeticamente – o insucesso do próximo... A Poesia a isto não se destina e nem compactua... Porque Poesia é um BEM SOLIDÁRIO. Dela, o autor tem somente os direitos autorais, porque os frutos verbais nascem para a libação solidária, coletiva. O sucesso é uma eventualidade: preenche lacunas no EGO DO AUTOR, mas a sua mais funda beneficência se reproduzirá no inominado receptor. "O vinde a mim o necessitado" que aparece na parábola bíblica também está subliminar no poema universalista. Em Poesia, fraternidade e beleza se completam. São setas luminosas para os corações aflitos e ESPERANÇA, mesmo que muito além – no olho temporal do horizonte. Poesia é alento universal aprisionado dentro do coração humano. Porque temos várias linguagens, o difícil é descobrir o momento propício para a sua LIBERTAÇÃO aos porvindouros. Poesia é remédio para os males aparentemente insanáveis...

– Do livro SORTILÉGIOS, 2011.

http://www.recantodasletras.com.br/mensagens/3274061