LIBERDADE FRUTA-PÃO!

Preso num escuro preconceito
sem ter um norte, rumo ou preceito...
Sinto liberdade a pulsar no peito,
máquina de um sonho imperfeito.

Coração torna frutos perfeitos,
refeitos em cada ilusão...
Estranhas frutas em árvores secas
desabam pecas dos galhos ao chão,
enxovalhos de orvalhos...

Cada fruta é um sonho, é semente
e renasce mormente, como fruta-pão:
Anima e alimenta,
recria e alenta sonho novo 
e ilusão que aumenta.

Um dia se juntam braços de irmãos,
descascam a batata, a cebola e o limão...
Renasce alegria em revolução
e na luta, a tez escura encandeia.
Quilombo se torna cidade...

Negrinho se esbalda, acesa dança,
Lua cheia no auge do céu clareia...
É a liberdade que engendra a esperança!

A liberdade é um sol
espargindo raios de dignidade
em direção a toda humanidade...
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TEM HISTÓRIA:
Esta poesia alude e remete ao tempo de Escravidão no Brasil. Que houve a Abolição, dizem os livros de História, que houve. Porém, ainda não uma abolição do preconceito racial, sobretudo, conquanto às questões da triagem para a conquista de um emprego, por exemplo e muitas outras mais...
Aliando esta questão em comparando-a com a Guerra Civil Americana (Secessão, 1861/1865), entre estados americanos do Sul onde predominavam os aristocratas, latifundiários e escravagistas, contra os estados do Norte, industrializados.
A música ao fundo cantada pela magistral e incomparável Billie Holliday, que fala sutilmente de uma estranha fruta que aparecia nos galhos secos de altas árvores a apoderecerem e serem devoradas pelos corvos e urubus. Eram corpos de negros enforcados à exposição do tempo. Exemplo do desrespeito humano.
Essa guerra matou 970.000 pessoas, sendo 618.000 soldados, correspondendo a 3% de toda população americana de então.
Sobre ela, a Secessão, Abraham Lincoln, presidente americano que promoveu o fim da Escravidão, discorreu:
"Os Estados Unidos da América não passam de uma Casa Dividida."

 (Mais dados na Wikipédia)
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  • Este texto poético é fragmento da peça teatral de autoria do jovem serrinhense, Diego Sales, chamada: "Consciência, Consistência Negra!", apresentada entre os anos 2007 a 2007 pela nossa Escola & CIA. Fernando Peltier de Teatro, sob a direção do próprio Diego.   

Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 10/10/2011
Reeditado em 11/10/2011
Código do texto: T3267950
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