A LEVEZA DAS PALAVRAS
Sinceramente, não sei o que seria de mim se não soubesse ler e nem escrever. A leitura e a escrita são minhas companheiras de todas as horas, sejam elas alegres ou tristes. Não importa. Sempre estão ali diante de mim aqueles caracteres mágicos que conseguem transpor meus pensamentos para uma simples folha de papel em branco (ou para uma tela luminosa antes vazia). Os fenícios ao inventarem a escrita permitiram ao homem deixar um legado às futuras gerações. Registro de ideias que atravessa a linha do tempo, que transcende, vai além e viaja pelos mundos sem fim. A escrita permite o diálogo com seres que nunca vimos. Mas que ganham vida diante dos nossos olhos, que nos fascinam e que nos fazem sentir contemporâneo de todos os seres pensantes que já existiram, de todos os que existem. E desenhamos nossas utopias e ucronias nesses registros que têm o poder de projetar-nos para um futuro distante. E nas brasas vivas da escrita persistirá a chama das nossas ideias, flamejantes ecos soando, lembrando, insistindo, instigando, provocando... Bem aventurados os que têm olhos para ler e brasas vivas nos dedos para inscreverem no papel (ou nas núvens) mensagens simples, mas que têm a magia de encantar e o poder de falar à alma e ao coração. Benditos sejam os teus olhos. Benditas sejam as tuas mãos. Sagrados sejam os teus pensamentos. Pois assim tu também serás um co-criador, um filho do Pai, um irmão menor. Humilde aqui na Terra, grandioso na criação. Suave como o voo do pássaro que domina a amplidão. Sejam tuas asas leves plumas de palavras. Que a poesia da leitura e da escrita e que a prosa e os versos de luz habitem para sempre o teu coração. Seja o teu paraíso a realidade concreta capaz de ser criada nos reinos da pureza da tua imagem-ação.
AUTODEFINIÇÃO
Ás vezes sou faísca,
às vezes fagulha. Brasa pequena,
mas nunca escuridão.
(José de Castro)
(A todos os poetas e escritores do Recanto das Letras, a todos os queridos leitores e a todos os incansáveis professores alfabetizadores)