A "INDÚSTRIA" DA ESPERANÇA

Não é a primeira vez que o assunto me desperta a escrita, posto que é impossível não perceber que estamos na era da esperança encomendada.

Ceticismo? Não, longe disso, apenas realidade.

Frente às tantas campanhas que se seguem em prol das crianças brasileiras, embora se propague pelos quatro ventos todos os benefícios conseguidos pela sociedade civil organizada e movida pela força da mídia, o resultado prático de tanta esperança é crianças cada vez mais abandonadas pelas ruas e pelos lixos da cidade.

Paradoxo? Não, apenas a verdade saindo pelos poros do caos que ninguém conserta.

Agora a moda por aqui é a "gangue" das meninas, crianças de, PASMEM!, seis a treze anos de idade que em ações "organizadas" atacam comerciantes pelos bairros mais "nobres' da cidade, legalmente amparadas pelo ECA (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE), que aliás, nos prova com muita propriedade que ações de verdadeiro impacto social estão bem fora dos ditames de qualquer estatuto.

Enfim, algo a se pensar, enquanto ainda houver tempo de salvarmos a nossa infância fora das fictícias telas da televisão que tudo transformam em comércio...inclusive a boa fé dos que ainda milagrosamente acreditam.

Quantas esperanças escusas alimentadas pela boa fé...

Esperança...de verdade, Brasil!

A começar pela esperança por políticos melhores, de fato comprometidos com o todo social, este nosso surreal todo que há tempos urge esperançoso pelo milagre da "multiplicação e distribuição dos pães", só possível através de políticas sérias e imparciais que valorizem a real necessidade e o verdadeiro " status" dum povo.