Aprendizado

Devemos aprender que essa vida pode ser um vale de lágrimas ou um recanto celestial, e que a escolha é nossa, a cada momento, pois depende de nossos atos, de nossos pensamentos e de sermos desarmados diante da indiferença ou mesmo da violência alheia.

Temos que saber que vale a pena ser gentil e tratar bem qualquer ser; oferecer apoio e compreensão, ainda que de volta recebamos, por vezes, incompreensão e desprezo; que esse caminho é único e que devemos trilhá-lo de maneira honrada (às vezes bem acompanhado, outras nem tanto, e, muitas vezes, completamente só), conscientes de nossos deveres e direitos, mas sem esperar que os outros respeitem esses direitos, ou mesmo os reconheçam – pois ainda há tantos inconscientes por aí....

Precisamos saber que se uma porta nos é fechada, logo se abrem novas janelas descortinando para o infinito; que essa vida é repleta de possibilidades de aprendizado, e que são muitos os mestres, os nossos companheiros de jornada, sejam eles amigos ou desafetos comprovados.

Um dia saberemos que, o que parece ser um grande problema ou uma grande provação pode não passar de mola nos impulsionando para voos mais altos; que nossos sentidos constantemente nos enganam, por isso é preciso ver mais além, com outros olhos, e é preciso sentir mais e pensar menos, compreender mais e julgar menos, acreditar mais e desconfiar menos, ainda que o preço da “ingenuidade” seja amarga desilusão, mas ainda assim valerá a pena. E também precisamos saber que o mais importante é cada um ser fiel, sobretudo a si mesmo, e conservar a calma e o bom ânimo diante das tempestades que nos colham pelo caminho.

Deveremos estar cientes de que, mesmo sendo assim, com tantas qualidades e desapegos, não conseguiremos agradar a todos o tempo todo, e que certamente faremos desafetos pela vida afora, por parte daqueles que esperarão de nós mais do que pudermos dar naquele momento e dos que se decepcionarem ao eleger-nos o “salvador” de suas vidas. Não há salvadores, pois cada um é (deve ser) responsável pela própria vida. Obviamente os amigos podem ajudar em momentos difíceis, mas não devemos usar as pessoas como muletas psicológicas.

Aprenderemos a nos sentir bem sozinhos, apreciando nossa própria companhia, sem esperar que alguém nos complete, pois cada um já é uma obra completa do Criador.

Finalmente, devemos saber que, como todo ser humano, temos sempre algo a corrigir e qualidades a aperfeiçoar – que é para isso que estamos aqui – mas sem deixar-nos enfraquecer pelo desânimo, por acharmos o caminho demasiado áspero e íngreme.

O caminho nunca é excessivamente difícil quando o trilhamos da melhor maneira que sabemos, pois a consciência do dever bem cumprido nos dá forças para prosseguir.