Protesto contra violências familiares!

por Tony R. M. Rodrigues, quarta, 3 de agosto de 2011 às 20:43

Fonte original: http://www.facebook.com/note.php?created&&note_id=2309184294369

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Recebi um e-mail falando sobre protesto das mulheres para terem direito à casa-abrigo, eis trecho do e-mail:

"Lideradas pela aluna do Curso de Artes Cênicas da UFSC, Ilze Eliane Körting, elas realizam às 17h15min de sexta-feira (5), na semana que marca cinco anos da promulgação da Lei Maria da Penha, no Largo da Catedral, em Florianópolis, a terceira performance do Projeto “5760 Diante dos olhos de Deus”, que tem como principal bandeira de luta a reivindicação de uma casa de abrigo para vítimas de agressão e ameaças".

Dou o maior apoio a esta mais que urgente luta e acrescento os seguintes comentários sobre VIOLÊNCIA FAMILIAR:

É ridículo vc "dar voz" mas não dar vez a uma mulher, criança ou adolescente vítima de violência.

Ou seja: registram a queixa (quando muito, no caso das mulheres; no caso das crianças nem sei se tem BO), e aí no final é assim: ok, criança, ok, adolescente, ok, minha senhora, já fizemos a nossa parte, agora cada um de vocês pode voltar em paz (?) pra casa.

Ou vocês já se esqueceram da história daqueles dois irmãozinhos que foram à assistente social pedir “pelo amor de deus que não deixassem eles voltar pra casa”, a assistente devolveu aos pais e os pais depois esquartejaram as crianças???

Que direito é este? O direito de ser assassinado???

Desculpem-me as mulheres - com TODA A RAZÃO que buscam não ser mais agredidas -, mas penso que se tem de tomar cuidado para não se restringir isso como se fosse uma luta APENAS de mulheres, deve ser uma luta de SERES HUMANOS que são invadidos, humilhados, agredidos, e até mortos em sua própria casa, isso não acontece apenas com mulheres (ainda que possa acontecer MAIS com vocês):

- Mulheres sendo agredidas por maridos, pais, namorados, mães, irmãs, tias... (Sou TOTALMENTE a favor da luta de vcs, ok?)

- Maridos sendo agredidos por mulheres (ou vcs acham que não tem homem que apanha, que não tem violência psicológica, que uma separação abrupta também não faz mal ao homem e às crianças?)

- Jovens e adolescentes sendo agredidos por tios, tias, avôs, avós, pais, mães, irmãos mais velhos, babás...

- Avós e avôs sendo agredidos por netos, netas, filhos, filhas, genros, noras, babás...

- Irmãos sendo agredidos por irmãos (principalmente se são de maiores e se envolve drogas ou problemas de crime...)

- Pais e mães sendo agredidos por filhos, filhas...

TUDO ISSO E MAIS AINDA acontece dentro das casas, e a sociedade não deve fechar os olhos a isso, que, a meu ver, é um problema que não pode APENAS se restringir às palavras MULHER e VIOLÊNCIA, mas a FAMÍLIA também.

ESSE é o grande foco a ser dado nessas questões de violência: FAMÍLIA. O marido que bebe (ou não), os filhos drogados, agressivos, ou judiados, os pais ausentes ou superprotetores, os avôs tarados ou agredidos pelos netos, tudo isso e MAIS ainda é questão dos problemas atuais vivenciados pela FAMÍLIA BRASILEIRA!

Cadê o poder público para nos ajudar a promover boas práticas e políticas públicas (nas novelas, nos comerciais, nas rádios, televisões, filmes, debates) sobre a convivência familiar??? Não podemos pensar num país mais digno se não tenho um seio familiar apto a me ensinar e doar dignidade e calor humano!

Isso é o que eu penso.

Tony Roberson de Mello Rodrigues

Bacharelando em Letras, revisor textual e escritor