Sua dona os deixa soltos, livres: não fugiriam nunca, ela sabe. Abandoná-la? Jamais. Alguns, atingidos às vezes por patadas ou rosnados de certos componentes da matilha, ainda miram a saída, a estrada, em dúvida. Vaidades arranhadas, orgulho mordido, méritos questionados...
- Caim! caim! - reclama este, rabo entre as pernas.
- Grrr! Arf! - contra-ataca aquele, feroz, defendendo sua dimensão intelectual.
Então dizem: “Almas mínimas! Estamos saindo. Aqui nunca mais!”
Só que nem atravessam os portais dourados do site: o "Fica! Fica!" coletivo funciona, emocionante. Dóceis gestos. A dama sorri, discreta.
Outros porém, orelhas em pé, farejam neotalentos, saudando-os:
- Wow... wow...
A todos basta que ela os chame pelo nome e os cubra de ternura verbal.
Uns se afastam temporariamente, devido a saúde, viagens, estudos, negócios. Outros encanecem aqui. E quase todos
morrem aqui, onde têm água, comida, carinho e cuidados - sonho inconsciente de qualquer cão companheiro.
Houve um tempo em que a dona prometia o céu literário aos que melhor uivassem. Chegou no entanto o tempo de afirmarem que já se acham no paraíso...
Setenta mil escritores convivendo felizes, corações em júbilo.
A senhora Literatura espera que todos desabrochem, enflorem e deslumbrem, cânticos vivos ao pé de límpidos riachos.
- Caim! caim! - reclama este, rabo entre as pernas.
- Grrr! Arf! - contra-ataca aquele, feroz, defendendo sua dimensão intelectual.
Então dizem: “Almas mínimas! Estamos saindo. Aqui nunca mais!”
Só que nem atravessam os portais dourados do site: o "Fica! Fica!" coletivo funciona, emocionante. Dóceis gestos. A dama sorri, discreta.
Outros porém, orelhas em pé, farejam neotalentos, saudando-os:
- Wow... wow...
A todos basta que ela os chame pelo nome e os cubra de ternura verbal.
Uns se afastam temporariamente, devido a saúde, viagens, estudos, negócios. Outros encanecem aqui. E quase todos
morrem aqui, onde têm água, comida, carinho e cuidados - sonho inconsciente de qualquer cão companheiro.
Houve um tempo em que a dona prometia o céu literário aos que melhor uivassem. Chegou no entanto o tempo de afirmarem que já se acham no paraíso...
Setenta mil escritores convivendo felizes, corações em júbilo.
A senhora Literatura espera que todos desabrochem, enflorem e deslumbrem, cânticos vivos ao pé de límpidos riachos.