CAFÉ NO BULE E ÁGUA NA CHALEIRA

(para Maira Knop, poeta, no Orkut)

Quem tem "café no bule" é aquele que está provido de bens para responder a eventual e/ou diversas necessidades.

A tal amiga Maira, acha que o tal poeta JM tem "café no bule" e, portanto, não pode se autodenominar "poetinha". E briga sempre com ele...

Ele, o marvadinho, acha que ela tem "café no bule" por ser provida de tanto amor para com os seus amigos!

Um dia vou ter "café no bule" pra poder tomar mate com ela, prosear longamente, mas, pra isso tem que ter "água na chaleira". Porque não é qualquer um que pode privar de seus momentos de intimidade e de reflexão. Legal?

As duas expressões têm o mesmo sentido. Sem o café e sem a água para o mate-chimarrão, nada de se atender a necessidade do outro: a de suprir gosto e hábito. É o cotidiano em sua praticidade. As coisas práticas são plenas de sabedoria... Bendito povo e suas necessidades.

É deste linguajar simples, pragmático, que a Língua se alimenta, se renova. Se tudo feito, a vida não se recria, nem adquire o brilho próprio da fechadura de bronze das casas velhas...

Beijos do amigo poetinha, que morrerá de tédio, de indiferença, se um dia achar que tem “café no bule”!

- Do livro CONFESSIONÁRIO – Diálogos entre a Prosa e a Poesia, 2006.

http://www.recantodasletras.com.br/mensagens/312853