A Iniciação.
Quando ele acabou de acender os incensos e as três velas, ligou seu aparelho de som e colocou um CD com cânticos gregorianos. Depois se sentou confortavelmente em sua poltrona e relaxou ao som daqueles belos cânticos gregorianos. Precisava encontrar mais respostas para sua vida e assim completar seus conhecimentos. O ritual lhe daria estas respostas.
Enquanto ouvia os sons que vinham do seu parelho eletrônico, fechou os olhos e foi limpando sua mente de qualquer pensamento. De repente já não ouvia mais os cânticos.
Logo seu consciente estava ausente da realidade temporal e se via de pé projetado em uma outra dimensão. Havia luz naquele lugar, uma luz que não reproduzia sombras.
Agora ele se via em um imenso recinto e não consegui visualizá-lo por completo.
Próximo ao centro do recinto, havia uma pedra polida de granito branco em forma de um triangulo eqüilátero. No centro desta pedra, havia uma chama azulada que saia de uma concha. Uma virgem vestal se aproximou e acendeu três velas nesta chama. Depois disso, aproximou-se dele e disse:
- Siga-me discípulo Ártemis.
Tomou posicionando-se a sua frente e o fez acompanhá-la até ao centro do recinto. Em seguida ela se afastou e tomou posição, próximo a uma grande porta. No umbral desta porta um guardião surgiu como que saído do nada, segurando uma lança muito brilhante. Com a extremidade inferior desta lança ele bateu três vezes no piso, e no ambiente surgia um gigantesco salão, cujas laterais tinha grandes colunas em estilo egípcio decoradas com vários símbolos místicos.
Novamente o guardião bate três vezes com a extremidade da lança no piso e a porta se abre. Dela surgiram nove mestres, que entram no salão em fila indiana. Andavam como que medindo os passos e ao se aproximarem de Ártemis passaram a formar um circulo a sua volta. Quando terminaram de formar o circulo, um dos mestres, pergunta ao guardião.
- Quem é o discípulo que está diante de nós?
- Venerável Mestre, chama-se Ártemis, que no plano físico foi batizado com o nome de Alfredo, e se diz pronto para ser iniciado nos “Conhecimentos” das Leis.
- Estás pronto para seguir em tua jornada? – perguntou o Mestre a Ártemis.
- Sim mestre.
- Tem conhecimento que deverás morrer para a vida e renascer renovado? De ti dependerá o teu renascer e tudo o que foi vivido no passado será dispensado de tuas lembranças.
- Sim Mestre. Estou pronto para receber com humildade o que a mim é destinado.
- Que assim seja feito.
Neste momento todos os mestres presentes entoaram os sons de um mantra sagrado. Um “Om” ecoou por todo o ambiente causando fortes vibrações.
De imediato tudo a volta de Ártemis desaparecia e ele se via numa dimensão que até então desconhecia. Havia luz por toda parte. A luz intensa que o envolvia e o fazia sentir que sua mente era invadida por uma estranha força. Aquilo lhe dava um prazer imenso, como se recebesse um alimento que satisfazia plenamente sua alma. Ele ouvia vozes e cânticos angelicais até que perdeu a noção de tudo que se passava. Já não via ou sentia nada. Estava como se estivesse sem vida. Havia uma fonte que jorrava água cristalina. Ele sentiu necessidade de banhar-se nesta fonte. Deixou-se molhar da cabeça aos pés e neste instante se sentiu forte e completamente revigorado. Veio então uma necessidade de retornar a sua consciência e fez um enorme esforço para isso. Não demorou e de repente como que despertando de um sono profundo, passou flutuava em pleno espaço e precisava voltar. Não sabia como voltar. Tudo parecia distante e sem formas. Sentia-se perdido naquela imensidão cósmica. Contudo não ficou alarmado. Rapidamente tomou consciência do que havia acontecido e manteve a calma. Postou as mãos em posição de prece e emitiu os um longo “Om” com a mesma intensidade que os Mestres haviam entoado.
Então ele disse em voz alta
- Eu sou Ártemis, filho do Alto que com amor estou unido aos irmãos do Portal da Grande Irmandade. Pelo umbral do Portal da Grande Irmandade, retorno a vida e comigo levo o “Conhecimento” para ajudar a humanidade da Terra. Eu não sou matéria. Sou espírito vivificado existente na dimensão que habito e nele posso propagar a manifestação do “inicio”. Sou o novo principio de mim mesmo que exercerá os poderes a mim confiados, com humildade e veneração ao Pai Criador. Assim foi determinado. Que assim se cumpra. Amém!
( Trecho de um capítulo do meu novo romance
“Matheus – A Reencasrnação”).