A SANTO ANTONIO
Já não peço ajuda a Santo Antonio, sequer para casamentos simbólicos, metafóricos, quanto mais para casamentos efetivos.
Minto: se me tivesse lembrado a tempo teria feito, à meia-noite de hoje, a velha simpatia de encher um prato com água e nela, água, colocado papeizinhos dobrados, com o nome de possíveis pretendentes, para ver qual deles, papelzinho, estaria aberto sobre a superfície da água, a indicar o nome do ser com quem me haverei de casar.
Uma pena que eu me tenha esquecido da simpatia. Teria colocado três papeizinhos em branco e, o quarto, com meu próprio nome. Com a ajuda de Santo Antonio, hoje de manhã eu teria encontrado, aberto, o papelzinho com o meu nome, a indicar a possibilidade, a esperança de um casamento futuro, de um casamento futuro comigo mesma, ainda que não fosse “até que a morte nos separe.”
Nesta desalentada manhã de 13 de junho de 2011.