Loucura, paixão e o mundo
Quantas vezes você já perdeu o sono, tentando entender o mundo que te rodeia? Bom, eu já perdi essa conta.
Um misto de fascínio e intriga me cerca quando penso no tanto que julgo saber do mundo e o quanto realmente sei. É um sentimento estranho, às vezes uma impotência, às vezes uma euforia.
"Pensar enlouquece, pense nisso" já dizia alguém cujo nome nem me interesso em lembrar no momento. Sinto-me agora como um louco, completamente alienado e à margem da realidade. Afinal, o que é essa realidade, que tanto buscamos? Ou melhor, existe essa realidade? Quem nos garante que há alguma realidade?
Você vê o mundo? Não, você só codifica uma pequena parte luz emitida por algum corpo (até certo limite de tamanho). O que você vê é a ilusão de seu cérebro.
Você ouve o mundo? Não, você capta vibrações nos objetos até determinada frequência e seu cérebro codifica isso como algo que você chama de som.
Por falar em som, essa vozinha que tá lendo o que eu escrevi. O que é ela? Reparou que quem ficou se perguntando quem é ela foi ela mesma?
Ah, sim, claro. Você sente o mundo através do toque. Primeiro que as coisas não se tocam, elas só se aproximam o tanto quanto a repulsão eletromagnética entre os átomos permitem. Segundo, eu não preciso nem falar, que o tato é uma codificação de um impulso elétrico que percorre seus nervos.
Olhe para as estrelas essa noite. O simples olhar traz-nos um sentimento de alívio tão grande. Tudo parece tão calmo lá fora, não? Pra que dormir então?
Estima-se que o universo possua tantas estrelas quanto grãos de areia nas praias da Terra. Como pode num pequeno pó a orbitar essa estrela, algo que se julga vivo sem nem saber o que é vida, olhar para o céu e emitir um pensamento?
Já parou para pensar na complexidade de um simples piscar de olhos? Ou na beleza incontestável de uma flor? A simplicidade e a complexidade caminham juntas, sempre caminharam. É só uma questão de escala.