UM JANTAR DE GALA NA MAÇONARIA
UM JANTAR DE GALA
Existem passagens nas vidas das pessoas, que nem mesmo o tempo consegue apagar da memória. Baseado e inspirado neste princípio eu não poderia ser a exceção e não ter pelo menos um momento que ficasse gravado em meu subconsciente, que servisse de marco e que pudesse causar certo interesse aos leitores. Dentre estes momentos inesquecíveis passo a descrever um banquete ritualístico, que tive a honra, o orgulho e o privilégio de participar na Respeitável Loja Simbólica Major Dourado no Oriente de Belém do Pará.
Foi um dia de sábado de 1986, a data no momento não sei precisar, só sei que foi após uma Sessão Magna de Iniciação, pois tradicionalmente na maçonaria após as iniciações é comemorado com uma ágape com a presença de todos os maçons da Loja, que estar promovendo a iniciação, mais os irmãos das Lojas convidadas e os irmãos recém iniciados.
Este banquete a cargo da Loja, que estar promovendo a comemoração poderá ser ritualístico, apenas com a presença de irmãos maçons e obedece a um ritual privativo dos membros da instituição, ou banquetes não ritualísticos, que nos dias de hoje tornaram-se mais comuns serem feitos ágapes não ritualísticos com a presença de não maçons, principalmente das esposas e familiares de maçons.
Quando se trata de ágapes ritualísticas é claro que tem uma conotação sigilosa, com os segredos que interessam apenas aos membros da Ordem, no entanto sem ferir as leis do silêncio maçônico, sem revelar nenhum segredo, sem me tornar um perjuro, passo a ressaltar a beleza do que se passa neste jantar de gala: normalmente são realizados em locais apropriados, em salões nobres anexos aos templos maçônicos, onde exista uma boa proteção dos ouvidos dos curiosos, das vistas e dos olhos de pessoas inescrupulosas.
Vamos comentar de uma maneira sucinta alguns aspectos inerentes à transparência do que pode ser mostrado: o requinte da decoração do local, a arrumação ritualística das mesas, a suntuosidade do ambiente, a riqueza de detalhes, que encerra o ritual, a beleza da ritualística que ali se desenvolve, a qualidade dos cardápios servidos, as maneiras como são servidas as bebidas e as refeições, a musicalidade e harmonia do local, a ordem cronológica dos trabalhos, a sabedoria das palavras proferidas, os brindes manifestados no decorrer do banquete, a satisfação reinante no semblante de cada um dos irmãos, o amor fraterno que se desenvolve no espírito de cada irmão, a cordialidade incomum que se manifesta entre os irmãos, o cintilar predominante do ambiente, o brilhantismo da festa, o respeito mútuo independente de grau e cargo, o ambiente salutar e saudável, a suavidade e a leveza comparando-se a um paraíso, a sensatez dos participantes, o orgulho da dignidade de cada um, a satisfação e o requinte, o primor da sociabilidade, o esplendor de tudo, o espírito de boa vontade e de cooperação peculiar a cada um daqueles homens, o alto grau de decência de homens livres e de bons costumes, o elevado senso de responsabilidade, a índole pacata e mansa comum àquela plêiade de homens, a dedicação, espontaneidade e desempenho dos irmãos, que estão trabalhando como garçons, servindo o banquete à francesa com muito garbo, elegância, desenvoltura e orgulho pelo que estavam realizando, fazendo com que cada vez mais aumentasse o brilho daquela noite memorável.