A DEUSA DA MINHA VIDA
O mundo, atualmente e mais uma vez, abre o livro dos contos de fadas ingleses para degustar de mais uma história de amor que vence as diferenças de tronos desta vida.
Bonito de se ver as movimentações das ilusões...
Qual poeta, além do tempo, melhor versejaria tantas rimas da surreal realeza?
Trata-se do enlace do príncipe William com a bela plebéia Kate Middleton que impressionantemente movimenta as atenções do mundo e que contará com a presença e com a acurácia de aproximadamente dois bilhões de olhares focados vindos de todos os cantos do planeta.
De fato, diante do todo, a humanidade precisamos mesmo é de muitos contos de fadas, amortecedores do real cenário plebeu.
Às vezes o que AINDA muito me assusta são os contrastes das necessidades e das vaidades.
Até os brasileiros partem para a festa, e me desculpem pelo "ATÉ", não é discriminação não, é só desilusão.
Ou melhor: é perplexidade.
De toda sorte, desejo muita sorte ao jovem casal.
O amor, ainda que o dos fantasiosos pedestais, nos é a nossa única esperança.
***
Nota poética ilustrativa:
"Quando a vida imita mas inverte a arte"
A Deusa da Minha Rua
Composição : Newton Teixeira / Jorge Faraj
A deusa da minha rua
Tem os olhos onde a lua
Costuma se embriagar
Nos seus olhos eu suponho
Que o sol, num dourado sonho
Vai claridade buscar
Minha rua é sem graça
Mas quando por ela passa
Seu vulto que me seduz
A ruazinha modesta
É uma paisagem de festa
É uma cascata de luz
Na rua uma poça d'água
Espelho da minha mágoa
Transporta o céu
Para o chão
Tal qual o chão de minha vida
A minh'alma comovida
O meu pobre coração
Espelhos da minha mágua
Meus olhos
São poças d'água
Sonhando com seu olhar
Ela é tão rica e eu tão pobre
Eu sou plebeu
ela é nobre
Não vale a pena sonhar