Fé ingênua.

FÉ INGÊNUA.

Texto de Honorato Ribeiro.

Lendo o livro de Jó, percebi que a palavra "FÈ" não poderá haver dúvida ao acreditar quem é DEUS. Para Jó, ele possuía uma fé inabalável, e incomensurável, tanto em sua vida em opulência como em sofrimentos. Nunca abalou a sua fé em DEUS e de louvá-Lo e agradecê-Lo.

Conta o livro de Jó que ele era muito rico e vivia entre os amigos que o exaltavam com honra e admiração, pois era um homem justo. As pessoas que tinham dificuldades em suas vidas, Jó lhes confortava com suas sábias palavras fazendo-os felizes. Ele tinha muitos bens materiais como: bois, jumentas, ovelhas, camelos e bastante empregados. Tinha sete filhos maravilhosos. Mas, certa vez, Satanás foi se encontrar com Deus e Ele lhe perguntou: "De onde vens tu?" "Andei dando volta no mundo, disse Satanás, e passeando por ele". O Senhor disse-lhe: "Notaste o meu servo Jó? Não há ninguém igual a ele na terra: íntegro, reto, temente a Deus, afastado do mal." Mas Satanás respondeu ao Senhor: "É a troco de nada que Jó teme a Deus? Não cercaste como de uma muralha a sua pessoa, a sua casa e todos os seus bens? Abençoas tudo quanto ele faz e seus rebanhos cobrem toda a região. Mas estende a tua mão e toca em tudo o que ele possui; juro-te que te amaldiçoará na tua face." Pois bem! Respondeu o Senhor. “Tudo o que ele tem está em teu poder; mas não estendas a tua mão contra a tua pessoa." E Satanás saiu da presença do Senhor. (Jo 1, 7-12).

Conta o livro que Satanás veio e acabou com tudo o que Jó possuía deixando-o na miséria e cheio de lepra maligna, desde a planta dos pés até o alto da cabeça. E Jó tomou um caco de telha para coçar, e assentou-se sobre a cinza. (Jó 2, 7-8). Sua mulher vendo tanto sofrimento ficou revoltada com Jó, porque não reclamava nada de Deus. Seus amigos: Elifaz, Bildad e Eliú fizeram vários discursos de protesto na frente de Jó, pois sabiam eles que Jó não merecia tal sofrimento. Mas Jó reclamava aos amigos e respondia para eles: " Aceitamos a felicidade da mão de Deus; não devemos também aceitar a infelicidade"? "Eu sei que o meu redentor está vivo e que por último, se levantará sobre o pó; e depois que tiverem destruído esta minha pele, na minha carne, verei a Deus. Eu mesmo verei, meus olhos o contemplarão, e não os olhos dos outros" (Jó 19, 25-27). A sua fé nunca abalou e continuou o mesmo Jó perante a Deus.

Vamos fazer uma reflexão: Somos cristãos. Lemos a palavra de Deus. Aprendemos nela os ensinamentos de Jesus. Mas quando nós ficamos ricos de bens materiais, procedemos assim como Jó, a ponto de Satanás o admirar da sua fé em Deus? E Satanás falou com Deus que, Jó somente era fervoroso, tinha fé e confiança no Senhor, porque possuía muita riqueza e nunca tinha sofrido nada em sua vida. Então, Deus ordenou a Satanás de tirar todos os bens, as suas riquezas, opulência; e até mesmo os seus filhos e empregados, a sua saúde, mas o deixasse vivo. Mas Jó continuou como se fosse rico e não perdesse nada em sua economia. Será que nós aceitamos a perda de nossa preciosa riqueza e não ficamos revoltados, estressados e depressivos? Será que não perdemos a fé? Jó não perdeu a fé e a confiança em Deus. Continuou vivendo sem saúde, na miséria, mas a sua fé era inabalável. O que poderemos dizer de nossa fé perante essa situação em que passou Jó? É igual a de Jó ou é vulnerável? E o que é fé para nós cristãos? É viver em opulência sem agradecer a Deus? Ou fracassar em nossos negócios econômicos e revoltar-se, não dizendo como Jó? “Aceitamos a felicidade da mão de Deus; não devemos também aceitar a infelicidade”? Como é o nosso procedimento diante dessa situação, que nos conta o livro de Jó? Quem é esse homem, essa figura chamada Jó? Eu creio piamente que o livro de Jó está nos ensinando o que é fé. Não poderá o cristão ter uma fé ingênua. Que na hora do fracasso ela acaba. Desaparece, pois não sabemos agradecer a Deus em nossos sofrimentos e fracassos. Aprendamos a viver como Jó; agradecendo e louvando a Deus; quer nos sofrimentos, quer na opulência. Jó é a figura simbólica de Jesus, pois em seus sofrimentos não soubera queixar-se de nada, mas fazer a vontade do Pai. Jesus nos ensinou a viver como Ele viveu. Não poderemos perder a fé, pois somente ela, a fé, é que saberemos agradar e agradecer a Deus pelos bens recebidos e tirados: "Deus me deu, Deus tirou, seja louvado o nome de Deus." O livro, no final da história de Jó, afirma que Deus tornou a dar a Jó tudo o que ele possuía antes. Voltou a ser rico materialmente e espiritualmente. "Satanás fracassou com o seu atrevimento, pois não conhecia Jó." Assim também, Satanás não nos conhece, pois, a fé é um dom de Deus, está enraizada no nosso coração misteriosamente, que somente Deus sabe. Só Deus conhece os nossos pensamentos. Por isso é importante ter fé em Deus praticando o bem e a justiça. A caridade encobre milhões de pecados, Porém, veja o que São Paulo ensina-nos o que é caridade: “Ainda que eu falasse a línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como um bronze que soa, ou como um címbalo que retine”. Mesmo que eu tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que eu tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!” (ICor 13, 1-3). E ele continua a explicar que a caridade é repleta de amor, pois quem ama respeita o outro, não tem inveja, ciúme. É o que foi toda a vida de Jó. Quem é Jó, essa personagem? Não importa saber se ele existiu ou como era ele. O importante é viver como ele viveu. Esse livro é uma verdadeira pedagogia para quem quer seguir e viver os ensinamentos de Jesus, pois esse Jó é uma figura simbólica de Jesus. Nada Lhe impediu para deixar de fazer a vontade do Pai. Realizou todo Projeto de Deus, venceu a Morte e ressuscitou gloriosamente; esse foi o maior milagre realizado por Jesus. Com a destruição da morte, deu-nos a vida eterna pela sua ressurreição. Morremos com Ele e com Ele ressuscitaremos.

hagaribeiro. 23-04-2011.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 23/04/2011
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