Maria, a mãe do meu Senhor.
MARIA, A MÃE DO MEU SENHOR.
Texto de Honorato Ribeiro.
Pela história sabemos que os pais de Maria, a mãe de Jesus, se chamam Joaquim e Ana. Nos evangelhos não encontramos como se chamam seus pais nem tampouco seus irmãos e irmãs. Pela tradição, o Ofício da Mãe do Senhor afirma: “Antes que nascida, fostes virgem santa, no ventre ditoso de Ana concebida”. Os evangelhos apócrifos narram o casamento dela com José; existe também o evangelho de Maria. Sabemos pelo evangelho de Lucas que ela nasceu ou era de Nazaré, cidade paupérrima da Galileia e que pertencia ao grupo de pobres por nome de Anauin, que desprezava o acúmulo de riquezas e bens materiais.
Talvez fosse uma jovem orante e conhecedora das profecias. Sua profissão era doméstica como as mulheres de seu tempo. Com idade de 16 anos se desposou de José, o carpinteiro. Alguns historiadores afirmam que talvez José fosse viúvo, quando desposou a Maria. Mas outros exegetas afirmam que José era um jovem solteiro e de um caráter irreversível e pertencia a descendência de Davi. Sabemos que ela após dar à luz o seu filho primogênito, o rei Herodes ao saber que tinha nascido o rei de Israel perseguiu o menino para O matar. Maria e seu esposo José tiveram que fugir para o Egito, livrando assim de seu filho ser morto pelo tirano Herodes. Avisado pelo anjo voltaram para Nazaré, a sua terra natal.
Bem, agora vou adentrar como Maria criou e educou seu filho Jesus. Como todas as mães: amamentando-o, dando banho, mingau na boca, ensinando as primeiras palavras, ensinando a andar, colocando-o para dormitar, levando ao Templo, como sabemos que ela o levou e Simeão profetizou o que iria acontecer com ela: Mãe das dores vendo o seu filho sendo injustamente chicoteado, com uma coroa humilhante de espinho à sua cabeça, carregando o madeiro ao ombro até o Calvário e foi crucificado à sua frente. Poderá haver uma dor igual a que Maria passou? Aos doze anos ele perdeu e ela ficou preocupada, pois já tinha sido corrida para o Egito e, agora ele sumiu. Depois de três dias foi encontrado no Templo entre os doutores da Lei. Tudo isso ela fez a pé caminhando por três dias. Assim, Jesus ficou ao lado de sua mãe, trabalhando de carpinteiro, ofício ensinado por José, até aos 30 anos de idade. Partiu para ser batizado no rio Jordão por João Batista e se preparou para anunciar a Boa Nova. Maria o acompanhou mesmo já adulto. Não ficou sequer um minuto longe do filho até o último suspiro, no alto da cruz. Biologicamente Jesus possuía o DNA de Maria, isso é uma provava que Ele é filho legítimo de Maria, isso ninguém poderá dizer ao contrário, pois os evangelhos afirmam essa veracidade.
Alguns exegetas afirmam ao estudar a historicidade da Lei romana que, quando o condenado à morte de cruz, os soldados cumprindo a Lei Romana não permitiam que parentes e amigos do condenado assistissem ao martírio do réu. Por tanto, os apóstolos, discípulos mãe, parentes e amigos não assistiram a morte de Jesus na cruz; morrendo sozinho e humilhado, insultado pelos soldados. Os quatro evangelistas afirmam que Sua mãe e sua irmã, bem como Maria Madalena e outras mulheres viram o suplício de Jesus na cruz. (Mt 27, 56; Mc 15, 40-41; Lc 23, 49; Jo 25-27). João narra: Ele entregou sua mãe para o discípulo amado tomar conta dela.
Bem, agora vamos entrar numa verdadeira polêmica e interrogações: Seu esposo José, certamente tinha falecido, talvez nem ouvisse os ensinamentos de Jesus. Você tem uma resposta que não seja essa? Ora, se José estivesse vivo, Jesus não entregaria a sua mãe para o seu discípulo João cuidar dela. “Eis aí a tua mãe”. João era filho de Maria de Cléofas. Veja na íntegra: “Junto à cruz de Jesus estava de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, (chamada) Maria, mulher de Cléofas e Maria Madalena.” (Jo 19, 26-27). Outra visão de muitos, explico o meu ponto de vista: Se Maria, a mãe de Jesus, tivesse outros filhos certamente, também, Jesus não entregaria sua mãe para morar com João, pois o evangelho diz: ”E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa. Ficou em sua companhia até o dia da sua gloriosa assunção. Alguns pastores afirmam, baseando-se na preposição “ATÉ”, afirmando que ela deu à luz outros filhos. Veja: “José não conheceu Maria até deu à luz seu filho primogênito”. (Mt 1, 25). Nas suas homilias afirmam que “até” antes de dar à luz a seu filho não conheceu Maria, mas depois sim. Agora eu dou a minha visão exegética baseando-me na preposição ATÉ: “E Micol, filha de Saul, não teve mais filhos “até” o dia de sua morte.” (2Samuel 6, 23). Bem, se a preposição “até” da continuidade a ação sexual para gerar outros filhos, como poderia Micol dar à luz filhos após a morte? Também em Gen. 8, 7 diz: ”...e deixou sair um corvo, o qual, saindo, voava de um lado para outro, “até” que aparecesse a terra seca”. Bem, então o corvo ao aparecer a terra seca não mais voou?! Todas essas especulações ideológicas não poderão negar que Maria é a mãe de Jesus e criado e educado por Maria; alimentou-se do leite materno. Se negarem o que dizem os evangelhos, que Maria, por escolha de Deus é a mãe de Jesus, Deus tal como o Pai, são verdadeiramente as suas homilias de “apostasias e nada mais. – anátemas -, infelizmente tenho que afirmar isso.
Aqui está outra polêmica: Assunção. Vou dar o meu ponto de vista de uma séria pesquisa que fiz sobre Maria a que a chamamos de Mãe Maria Santíssima. Os profetas já anunciavam que uma virgem daria à luz o Messias, o Salvador do mundo, o Emanuel, Deus conosco. Ora, como é que o Espírito Santo baixou em suas entranhas e fez fecundar em seu útero o filho de Deus, se ela não fosse pura sem pecado? Se não fosse virgem? Virgem, teologicamente falando, não se trata de sexo, mas virgem por não cometer nenhum pecado. Por isso ela foi virgem antes do parto e depois do parto por ficar isenta de pecado. Por isso ela, depois de seu filho Jesus, é a mais exaltada, mais amada e mais querida entre os cristãos. Os cristãos fazem o culto a Maria exaltando-a e louvando-a (hiperdulia é o culto a Maria). Se Maria fosse como qualquer outra mulher de Israel, pecadora, Deus não mandaria o anjo Gabriel anunciar que ela era cheia de graça diante dos olhos de Deus. Foi a favorecida e bendita como falou Isabel ao chegar à sua casa: “Bendita tu és entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”. Aí está, quando a gente reza o terço pronunciamos as palavras do anjo Gabriel a Maria e a de Izabel.
Vamos supor que ela tivesse vários filhos com José. Poderia e seria uma ótima mãe como fora de Jesus. Se ela casou-se com José, que pecado ela cometeria de ter filhos com ele? Ela poderia continuar a sua virgindade, sua pureza, sua virtude e isenta de pecado como fora o seu filho Jesus. Nesse caso de ter filhos com José não nega ela ser a mãe biológica de Jesus, que além de ser filho de Deus é também Deus encarnado e igual ao Pai como ele disse a Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta.” Respondeu Jesus: “Há tanto tempo que estou convosco e não me reconheceste, Filipe! Aquele que me viu, viu também meu Pai. Como, pois, dizes: Mostra-nos o Pai... Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim? ...(Jo 14, 8-11). Quando João começa a escrever o seu evangelho ele afirma: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus.” Ele estava desde o princípio junto a Deus”. (Jo 1, 1-14). Aqui devemos ler até o versículo 14, pois dar continuidade na veracidade de Jesus ser Deus verdadeiro de Deus verdadeiro...”E o verbo se fez carne e habitou entre nós;”.. O Verbo é Jesus, a expressão da Palavra, da comunicação, da sabedoria. Quem não sabe verbo em qualquer língua, não sabe falar e nem comunicar. Por isso Jesus é o Verbo que nos comunicou sermos livres e pela sua ressurreição viveremos com Ele eternamente. Mas para que Jesus habitasse entre nós e trouxesse o Projeto do Pai, foi preciso vir nascer de Maria para si tornar humano como nós; com a diferença de nós: sem pecar. Sendo assim, Maria não poderia ser uma pecadora senão o seu filho seria também um pecador, como é o caso da humanidade: pais pecadores, filhos pecadores.
Jesus já existia antes de todos os séculos, que junto ao Pai todas as coisas foram feitas, criadas: “Façamos o homem a nossa imagem e semelhança” (Gen 1, 26). Está no plural o verbo: Façamos. O mais importante é que Deus ao fazer o homem deu-lhe uma companheira e eles tiveram filhos e filhas. Jesus para si tornar homem, Deus escolheu um casal: José e Maria. Aí está a importância da família. O alicerce de toda a sociedade. Destruindo-se a família destroem-se a sociedade e essa vira caos.
Maria, assim que acabou de ouvir a mensagem do anjo Gabriel entoou o Magnificat em agradecimento ao Pai celestial de ser esposa do Espírito Santo, Filha querida de Deus Pai, e mãe de Deus filho.
E Maria disse: “Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exalta de alegria em Deus meu Salvador, porque olhou para a sua pobre. Por isso, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo”. (Lc 1, 46-49). Maria profetizou o que o seu Filho iria dizer, anos depois, nas bem-aventuranças: “Bem-aventurados vós que sois pobres, porque vosso é o Reino de Deus”. (Lc 6, 20). Também ela profetizou: Todas as gerações me proclamarão de bem-aventurada. Assim aconteceu e está acontecendo no mundo cristão que exaltando o seu bendito nome a chama de bem-aventurada Virgem Maria. Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Igreja. Sendo mãe da Igreja fundada por seu filho Jesus, sendo Jesus nosso irmão, logicamente Maria é a nossa mãe também. Maria se parece com Jesus, Jesus se parece com Deus. Onde Jesus está Maria se acha presente. Onde Maria não é exaltada, amada, e chamada de mãe, Jesus não está presente, pois a sua vida toda, até o alto da cruz, ela e Ele estavam juntos. Ninguém pode tirar de Maria esse direito de ser amada, querida, exaltada, intercessora ao lado do seu Filho como advogada, como fora na “Boda de Canaã”: “Meu Filho, o vinho acabou”. E o vinho apareceu bem melhor e mais saboroso do que o que acabara. Ninguém poderá dizer que não é verdadeira essa minha colocação, do contrário está negando o que diz o evangelho.
Eu gosto de ouvir esse cântico magnífico, na hora da comunhão eucarística, nas celebrações eucarísticas, missa: “Jesus nosso irmão, Jesus Redentor, /Te adoramos na eucaristia, /Jesus de Maria, Jesus Rei de amor!” Nenhum cristão pode dizer ser de Jesus e não ser também de Maria, pois não há Jesus sem Maria. Excluindo Maria exclui também Jesus, pois ao nascer a chamou de Mãe; ao morrer na cruz por todos nós não esqueceu dela entregando-a ao discípulo amado para cuidar dela. A expressão Mulher, significa mulher celestial, bendita, querida por Deus. Ninguém afirma que ela é uma deusa e que devemos adorá-la. Louvar não é sinônimo de adorar e sim de exaltar. Portanto devemos louvá-la, exaltá-la e amá-la como Jesus amou tanto sua mãe que não deixou desamparada sozinha no mundo.
Bem, agora vou explicar porque a chamamos de Nossa Senhora da Assunção. A Igreja Católica Apostólica Romana, estudando a vida de Maria, reconhecendo que foi virgem antes do parto e depois do parto, - Virgem sem pecado – ela não poderia morrer, pois a morte é a paga do pecado. Assim afirma que Maria foi assunta aos céus levada pelos anjos: dogma de fé. Cremos piamente, pois ela sendo a mãe de Deus não poderia ser uma pecadora e nem morrer. Nenhum evangelho fala sobre a morte de Maria. Como a Bíblia é um livro sagrado não aferível, porém histórico teológico, baseando-se em estudo teológico e a sua historicidade confirmou o papa Pio XII o dogma da Imaculada Conceição de Maria Assunta ao Céu levada pelos anjos.
hagaribeiro. 16-04-2011.