Carta Aberta - O barco furado das coletâneas.
Olha quando você puder divulgar um livro, o faça por teus meios ou de maneira que o teu trabalho fique restrito a você como autor, evite as coletâneas, que servem de escada para outros autores que as vezes até diferem de teu pensamento poético, mas que por uma questão financeira, lançam em grupos pequenos as coletâneas, para depois angariar participantes para aumentar a divulgação e a edição de mais livros, uma maneira legal de lançarem com pompa e circunstancia livros que sozinhos eles não conseguiriam, e se dá normalmente isso através da venda de livros para estes co-participes de menor influencia no grupo, ficando com os organizadores e idealizadores da "coletânea" ou seus amigos mais "chegados" os destaques especiais, em contracapa e orelhas do dito livro, o que de certa forma os evidenciam na hora de expor estas coletâneas.
Eu escrevo isso com conhecimento de causa, já tive experiências com o mesmo teor desagradável algumas vezes, e a cada vez que pensei que as coisas mudariam, ou o modus operandi mudaria, eis que vejo tudo repetir-se.
Observei inclusive o discutível valor literário de alguns autores, atraves de pesquisa, mas que por desconhecer que laços tinham com os promotores da coletânea, silenciei, mesmo sabendo ser mais expoente o meu valor, não só por titulos de textos, mas pelo conteudo literário apresentado até então.
Não cito nomes, mas a coletânea da vez é uma que está aí sendo lançada.
Desmotiva? Sim, e não é porque você não mereceu um destaque, é porque a repetição destas atitudes só mostra uma coisa: Deve ser de ínfimo valor monetário o lucro da venda de uma coletânea de poetas amadores, mas esta miséria deve ser interessante a alguém, e é este interesse em detrimento da arte que desmotiva a participação em tais coletâneas.
Acho que não depender de meios oportunistas para fazer público um trabalho, e neste caso a poesia, é também usufruir de algo que você elegeu como um bem inalienável sentimentalmente, e que você denota a ele o valor que você acha justo e não o valor que uns poucos acham que deve ter, não mais que os deles e de seus amigos, e nem mais que possa atrapalhar um negócio, que sinceramente não interessa a poesia amadora.
Eu de minha parte encerrei minha participação em coletâneas, a não ser que eu me reúna com dois ou três e no mesmo nível de valor e honestidade, lancemos o que interessar possa as duas ou três partes igualmente.
Malgaxe