O CRÍTICO E O POETA

O analista é mais preeminente, alça-se, zanzando nas pegadas do poema em exame, por sua própria crítica natureza. O poeta vive no alter ego e não no ego. O poeta não critica, apenas liberta a sua linguagem sugestional, metafórica. Ou se evade como um bólido... O crítico faz a sua análise com garras no chão, plantado como um escafandrista em seus pés de chumbo, no fundo do mar revolto. O poeta teria asas e não faria algo que pudesse ser útil para o criticado: voejaria... E o razoável é que os dois ganhem. Até pode exsurgir, da temática, um poema esquálido, singelo e sintético, em que o subjacente é o plano do real ou a antítese ao verso ou prosa... Num ponto estamos ajustados: ambos necessitam saber de seu ofício...

– Do livro ALMA DE PERDIÇÃO, 2010/11.

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