O ELOGIO FÁCIL DO IMEDIATISMO

“A crítica é sempre é necessária, desde que não seja para ferir suscetibilidades. Presunçosamente, lendo Drummond, percebo que há prolixidade na obra do grande poeta.

Raimundo Lonato, de Paulínia/SP, em 10Mar2011”.

Identificar essa tal de ‘suscetibilidade’ não é tarefa a ser exigida do analista crítico e nem é função atribuível a este, porque ela é característica subjetiva do criticado. Quem deixa vicejar tais condimentos psicológicos, de pronto, está a obstaculizar o exercício crítico. É uma espécie de “habeas corpus preventivo”, uma camisa de força que o escritor inseguro e tíbio tenta colocar sobre aquele que, em verdade, quer analisar e discutir a sua proposta estética, em conteúdo e forma. Só em observar e registrar a eventual prolixidade de Drummond já há mérito e ganho estético. Poucos são os poetas que param pra examinar a obra dos consagrados. O que mais querem são as loas e o elogio fácil do imediatismo... A fácil popularidade não é coisa plausível para quem realmente se assume como artista da Palavra. E sofre com e por ela...

– Do livro TIDOS & HAVIDOS, 2011.

http://www.recantodasletras.com.br/mensagens/2842498