Alma Que Chora
Sentiram meus versos tristes... O que dizer? Eles o são de fato. Meu canto é triste, cheio de melancolia. E não há como ser diferente. Porque a alma é quem dita os acordes da minha canção. Meu canto é a melodia da minha alma. E a melodia da minha alma está triste, melancólica. Fico relendo meus sonhos e penso muito na história que eles escrevem. Tempos de alegria, de paz e tempos de dor e tristeza tão intensos... São muitos anos de uma vida. São horas e dias que já nem sei mais contar. E tudo continua igual e tudo é diferente. Pelo menos diferente do que eu queria que fosse. Hoje eu pensei: Alguma coisa precisa mudar. Eu preciso mudar. Eu já disse isso tantas vezes, em tantos momentos, mas de novo, outra vez, pensando só nos outros, e não em mim, eu não mudo nada. Deixo assim, como está. Fecho os olhos e fico sonhando acordada. Choro sozinha ao constatar que meus sonhos são só meus. Na verdade, começo a reconhecer que sempre estive sozinha com eles. Meus sonhos sempre foram só meus. E embora compartilhei todos, nunca passaram disso, sonhos meus... Não sei por que estou aqui escrevendo tudo isso. Eu nunca mais queria falar assim de coisas tão íntimas, tão minhas. Porque não vem mais ninguém (e falo de uma luz, um sol que sumiu do céu, uma estrela que se escondeu de mim) que devesse vir para com quem devia e queria compartilhar o espírito... Falo prá mim mesma então... Mas o que isso muda? Nada. Fica aqui dentro o nó de uma dor. Sufocando, doendo, enquanto lágrimas descem dos olhos. Eu queria tanto falar com alguém. Eu queria tanto compartilhar com o sol, ser ouvida, sentida, ser querida e compreendida. Eu, hoje, eu preciso disso. Porque hoje pensei muito em quantas vezes desejei morrer. Em quantas vezes pedi a Deus prá me levar desta vida. Em quantas vezes desejei reencontrar os que se foram, buscar alento no colo de Deus. Mas, Ele não quis me levar. Deixou-me aqui. E vivo assim: Alegre, mas não completamente feliz. Fazendo os outros felizes com quem sou, com o que faço, com o que digo, com o que escrevo, mas... sentindo em mim o vazio da plenitude da felicidade. Claro que muitas vezes me perguntei o por que de tudo. Tantas vezes me perguntei... Sim, tantas e tantas vezes. Mas, a verdade não tem respostas. Tem constatações. E eu não quero constatações, Quero respostas. Respostas que nem a vida, nem o sol, nem o tempo, ninguém jamais pode me dar... E sigo sozinha com minhas perguntas. Triste e sentindo-me a mais só das almas neste mundo de perguntas sem respostas, de sonhos que nunca, nunca serão realizados... Nunca. Nunca, nunca... Nunca mais... E nunca, nunca mais diz a poesia... E nunca! É o que sinto. É o que não vejo, é o que não sei!