"Ratio Tetos" (Começo e Fim)

Eu estou aqui com o coração tão vazio, já travei tantas guerras internas, já osculei o silêncio, já bebi da decepção, já fui herói de contos e vilão da vida.

Sempre busquei o amor na sua plenitude, sempre busquei fazer com que o outro acredite na vitória, quando eu mesmo não acreditava, sou um contador de histórias, só sei contar, minha história está em branco, não sei quem poderia conta-lá, minha história começa do fim, por que se tivesse começo gostaria que contassem assim:

“Hoje nasceu um homem forte, nasceu uma esperança em dias melhores, um homem que ira viver como homem, mas não como criança, hoje nasce um homem que irá crescer e prosperar, que vai ter uma mulher linda, e que ame sem cessar”.

Mas a verdade é que as coisas não são contadas assim, são contadas desse modo:

“Hoje nasce mais um homem, hoje nasce mais um para o sofrimento, hoje nasce mais um para os devaneios da vida, hoje nasce mais um que viverá sonhando, e que irá querer acordar para a realidade, hoje nasce mais um tolo que acha que o Mundo pode ser justo, hoje nasce mais um que terá o amplexo do vazio”.

As melhores histórias contadas deveriam ser as que não têm começo, pois quando se tem começo de algo, é sempre com dor, mas o fim é sempre uma incógnita, não gosto de fins definidos, gosto que as coisas terminem assim...