VINGANÇA
VINGANÇA
João acorda sobressaltado, dá um pulo da cama, escova os dentes, penteia os cabelos em desalinho, toma um gole de café, se despede da mulher e dos filhos, e desce o morro. De hoje, não passaria, hoje ele se vingaria do seu maior inimigo.
Maria, vendo a agitação do marido, tenta amenizar a situação:
- João não faça isso João, esquece isso homem de Deus! Não faça justiça com as próprias mãos, entrega isto prá Deus João!
- A justiça de Deus não saciará minha sede!
João não dá mais conversa, vai descendo o morro em busca daquele que saciará sua sede de vingança. Esconde-se em meio ao matagal na espreita do inimigo passar. Quando ele o vê, João coloca a mão na cintura a procura da arma que irá colocar um ponto final em suas desavenças e em seu ego ferido. Mas João nada encontra.
Desesperado e furioso, volta para casa correndo no intuito de ainda dar tempo de voltar e matar seu inimigo. Insano lembra-se que deixara a arma debaixo do travesseiro.
Ofegante, sobe o morro, mas quando vai chegando perto de casa, vê uma multidão e descobre que é na casa dele. Sem dar confiança adentra pela casa gritando por Maria, corre em direção ao quarto e se depara com Maria morta no chão.
Pedrinho, seu filho de 08 anos brincando com a arma, acabara de matar a própria mãe