FELIZ MÚSICA NOVA
FELIZ MÚSICA NOVA
Para ser sucesso hoje, você precisa basicamente de duas coisas: talento e sorte.Não é raro ,porém encontrarmos mais músicos de sorte do que com talento dando as caras nas mídias,gravando em grandes gravadoras. Talvez, entram aí, mais dois ingredientes que propiciam essa inversão de valores: dinheiro e interesse.
Fazer sucesso é algo bem diferente de ser um sucesso.A primeira nos remete a ideia de fabricação, manipulação,algo que comercialmente as indústrias fonográficas sempre souberam como e quando fazer.Já a segunda, isto é, ser um sucesso, é quase que um revival aos tempos em que o talento era algo mais que suficiente para ser contratado pelas gravadoras.
Hoje, assistimos ao circo midiático, um show repetido ,não por que falta pessoas de talento,mas por que falta interesse em encontrar tais talentos. Fabricar um sucesso hoje é como comer numa lanchonete de fast food, tem dias que você engole qualquer porcaria, por que não dá tempo de fazer , ou a preguiça não te permite buscar, um prato mais requintado, com o tempero tipicamente caseiro, que além de demorado, deverá ser cuidadosamente saboreado e apreciado pelos seus comensais.
O resultado é que sempre haverá espaço para os fast foods (músicas descartáveis, e de gosto duvidoso) assim como haverá espaço para a alta gastronomia, (músicas de qualidade que ficam marcadas por gerações) o problema é que se dá mais espaço para essas lanchonetes, do que para os restaurantes, e o destinatário final desses produtos ficam condicionados, como rato de laboratório, a engolir cada vez mais do mesmo.
Essa metáfora toda é só pra dizer que o povo vai consumir aquilo que estiver disponível, se lhes forem dados produtos de qualidade de forma acessível, eles consumirão da mesma forma que consomem tudo o que está ao seu alcance.
È uma pena que as grandes gravadoras ainda não se deram conta que há espaço e tempo para os dois segmentos.Lamento mais ainda que o tempo da música de má qualidade esteja hoje ocupando um lugar maior do que deveria, deixando de dar oportunidade para que músicos de talento possam ser verdadeiros sucessos!
Só para ilustrar bem a época em que vivemos, Lady Gaga é considerada a artista do ano de 2010,embora não tenha lançado uma única canção! Será que nada foi produzido em 2010? Se analisarmos retroativamente as décadas de 70 e 80 veremos que o ano de 2010 é o ano dos remakes. Nunca se regravou tantas músicas dessas duas décadas como se fez agora.Falta de criatividade ou preguiça das indústrias fonográficas?
O tempo é o senhor da razão, nada mais clichê do que repetir um sucesso quando não se tem mais nada para falar.Assim ,meus caros foi a última década .De 2000 a 2010, uma sucessão de reprises no cenário musical nacional e internacional.Resta saber se a indústria fonográfica vai despertar para essa realidade ou se continuaremos a mercê desse pesadelo na próxima década?
Sucesso e bom senso , que em 2011 o talento brilhe mais do que a hipocrisia e a mera busca do vil metal! Feliz música nova! E muita criatividade para todos!
Akane Keiko