Névoa de Luz
Pela janela via a névoa cinzenta e suave que cobria o céu e a fazia sonhar com o sol. Todos os dias quando acordava olhava por esta janela e via os jardins banhados de sol, enquanto os pássaros cantavam melodias de vida. Era por ali que fazia seus passeios matinais, registrando cada detalhe que lhe encantasse a alma. Agora, presa ao próprio corpo, limitada pela vida, só lhe restava olhar a janela... Mas... Dentro do peito parecia ter centenas de borboletas esvoaçando de um lado à outro de si. Os sentimentos eram como os seixos banhados por um riacho tortuoso e de águas cristalinas. Nunca se sabia em que lado da pedra a água iria molhar mais naquela manhã, mas sabia que não passaria incólume à correnteza sussurrante... Assim era sua vida. Cada dia, cada hora, cada minuto vivido na perspectiva de um reencontro com a luz encantada do sol.