Encasulando...
Precisava pensar. Tinha tempo agora prá somente isso. Mas pensar como, se todo seu ser entregava-se às sensações que seu coração teimava em ditar? Como esquecer as sensações que aquentavam sua alma toda vez que lembrava de sua esplendorosa descoberta sob as folhas amarelecidas dos plátanos? Uma sensação arrebatadora que parecia abrir-lhe os horizontes de um Novo Mundo. Um mundo onde podia existir a confiança e consideração entre duas pessoas que se sabiam ligadas há milênios. Um mundo que a fazia incendiar-se em sonhos, envolto em turbilhões de emoções. Agora entendia toda sua inquietação desde o primeiro momento: Uma alma tão, tão distante no céu, mas tão perto a tocar-lhe o interior ainda virgem deste toque; Um elo perdido que encontrara a chave do seu coração... Um coração que agora pulsava tão forte, dentro do seu, que parecia libertar-se do peito, alçando-a a um novo vôo... Vôo da borboleta, que agora, passado tanto e tanto tempo, tantas e tantas palavras... escondia-se no casulo outra vez.