Ela (II)
A vida é tão linda, tão extraordinariamente bela que só conseguia descrevê-la como uma música entorpecedora, uma poesia apaixonada, uma jóia pura e fascinante. Cada folha, cada flor, e num riscado de desenho um olhar meigo, sonhador, pareciam estar falando, dizendo alguma coisa que se tem de ouvir... que já se sabe, já se sente, o coração já disse. Uma luz tênue despontava no céu. O turbilhão dentro do peito aumentava em sensações indescritíveis... Fazia parte da beleza da vida. O que sentia, não conseguia entender, apenas sentir. Como alguém podia sentir tanto? Era como uma melodia que fazia o coração cantar de felicidade. E ela, no silêncio da adoração, tinha a sensação de oferecer a ele o coração e a alma. Como se o amor, na sua beleza e magnitude se transformasse no mundo de Deus. O amor verdadeiro que não se apaga jamais, apenas se intensifica. É um tesouro do tempo que não se perde jamais. E ela já não se pertencia. Fazia parte dele. Arrepios como raios de sol percorriam seu corpo. O coração aos saltos. O luar se transformando em pequenas labaredas de fogo. A felicidade do amor é impossível de se descrever em palavras. É algo para ser dito assim: dois à dois, mãos entrelaçadas, olho no olho, coração com coração. Como se as estrelas do céu e as flores do jardim fizessem parte de cada emoção, como se o céu e pequenos raios de sol percorressem o corpo e a alma e nada mais fosse falado, só sentido... Apenas sentido... Então as estrelas brilhariam como diamantes na escuridão da noite e o luar faria do mundo um lago prateado, onde a felicidade e a plenitude da vida seriam eternas. E ela diria a ele: - A chama do amor nos faz ser um só: você parte de mim, eu de você. Prá sempre... Sua!