Preconceito

De repente resolvi sair pela rua. Há tanto tempo que não via o brilho do sol. Que saudade do canto dos pássaros, do som do riacho, da brisa do mar! Hoje saí pela rua para pensar!

Caminhei junto às gentes, esbarrei em um ou outro. Pedi desculpas. Enfrentei caras feias e bocas sujas.

Hoje sai de casa, não uma casa qualquer, feita de tijolos e cimento. Não uma casa grande com portas e janelas, cores e luzes. Uma casa apertada que me sufocava.

Minha casa, minha prisão, desde eu nem sei quanto tempo! Tempo demais!

Hoje saí pela rua e vi pessoas estranhas, umas mais jovens outras não. Vi velhos jogando cartas e crianças azuis correndo descalças.

A chave da casa destrancou muitas portas!

Ao sair pela rua vi pessoas de toda cor! A pobre velhinha, a moça faceira, a dona do bar, o homem de chapéu e a pipa no céu.

Hoje eu renasci. Pra um mundo ainda imperfeito. Pois hoje me libertei, do meu preconceito!

Marion Vaz
Enviado por Marion Vaz em 27/11/2010
Reeditado em 27/11/2010
Código do texto: T2639330
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