Fruto Proibido
Lá está ela, no meio do jardim.
Formosa e carregada de frutos.
Parecem tão belos, desejo sentir o aroma.
Passo a passo chego mais perto
Como se algo me atraísse. Talvez não sejam assim tão ruins.
A falsa amiga também está lá, ela me observa,
Sorri como se dissesse: Não tem nada de mais em ver!
Chego mais perto, mais... Perto demais.
A cor vibrante me cativa, preciso tocar, preciso...
Olho a minha volta, não há mais ninguém.
Ninguém para me criticar, ninguém para me acusar.
Rasteira, a serpente caminha a minha volta,
E destila o seu veneno cruel: Pegue! É seu! Não queres ser igual a Deus!
Envolvente, deslumbrante, lá está ele: O fruto proibido!
As minhas mãos o tocam, deslizam sentindo a leveza.
O aroma me atrai e meus lábios o desejam. Coma! Sinta o sabor!
A razão falha, as Ordenanças desaparecem encobertas por uma névoa. Não posso mais resistir à tentação! Pensa a Bela do Édem.
Na primeira mordida a Inocência se esvai.
E o desejo...
Toma forma de pecado!