Não Alcanço Mais a Luz

O tempo passou e o meu andar de mãos dadas com a morte me fez pensar mais profundamente ainda sobre a vida e sobre as coisas da vida. Nunca pedi mais perdão por ferir com minhas palavras e nem nunca me importei se estava ou não tendo a alma ferida. E quantas vezes me feri a alma profundamente. E outras tantas fui ferida. Mas não me importava com minha dor. O amor a calava. Mesmo que muitas vezes quis falar. Mas tinha tanto amor prá dar e achava tão importante regar o dia de pétalas de carinho e flores aperoladas de paixão que não sobrava tempo para falar como também sofri com atitudes, com o "modo de ser" ou " modo de falar" – que devia mudar e hoje diz em completo silêncio. E como esse silêncio me fez sofrer... Não dizendo nada me gritava tanta coisa que nunca foi dita... E o silêncio fala. E... durante milênios ele nunca cumpriu a última promessa. Até que um dia, fingindo não me conhecer, gritou um desejo de Felicidades. À um nome que não sou eu. Então percebi que até pronunciar meu nome é difícil. Devem ser lembranças tristes, ruins, as que ficaram perdidas no tempo do sol... O mesmo sol que me esperava todas as manhãs. Mas... hoje... não há mais tempo... para mim... Um fosso de silêncio tão grande se instalou entre ele e eu... que minhas palavras não lhe alcançam mais a luz...

Maria
Enviado por Maria em 15/11/2010
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