AS PALAVRAS FONTES DE EQUÍVOCO

A sensação que tenho é a de que desaprendi toda e qualquer linguagem com a qual me faça compreender, como se eu tivesse me tornado uma alienígena a habitar aqui, esta Terra, com sua língua inacessível, uma alienígena para todos que ela ama, para todos por quem ela julga ser amada. Não estou falando das mulheres, com exceção de uma ... ou de duas delas, que as mulheres, no Recanto e fora dele, as mulheres em sua quase totalidade, são ainda os seres que me dão o refúgio de sua compreensão. Não me refiro, tampouco, aos companheiros homens do Recanto,em cujos comentários tenho encontrado muito apoio e muita ressonância para as minhas palavras.

UMA ALIENÍGENA, COM SUA ESTRANHA LÍNGUA, COM SUA ESTRANHA LÍNGUA E SEM QUALQUER ESPERANÇA DE QUE, ALGUM DIA, EM ALGUM TEMPO, O DISCO VOADOR QUE A TROUXE PARA CÁ VENHA BUSCÁ-LA PARA A LEVAR DE VOLTA AO PLANETA DO QUAL PARTIU UM DIA, SABE-SE LÁ POR QUÊ RAZÃO OCULTA.

Nenhuma super-mulher, pelo contrário, muito pelo contrário. Apenas um ser em estado de Máxima Solidão, Solidão como a de certas pedras, como a de certos animais, como a de certas plantas, como a dos homens que têm sido seus companheiros de jornada e de quem a tem afastado (particularmente a tem afastado de Um Deles) a Linguagem, a linguagem que não lhes vem permitindo, a todos e a nenhum, verdadeira comunhão.

"Desabafo" de Zuleika dos Reis, ainda na manhã de 08 de novembro de 2010.