VOLTA POR CIMA
Venho observando que a profundidade está ligada a pureza das idéias, o sucesso ligado a tudo isto e o segredo para tal está em si mesmo.
Por longo tempo venho tentando encontrar a melhor escrita que reflita meu ser aos outros, que explore o máximo de mim para que todos me compreendam. Entretanto, venho falhando a cada dia, porque estou corrompendo-me aos métodos, não estou libertando-me para o mundo, estou prendendo-me nas letras, na sintaxe, nas palavras como fim e não como meio de transporte do meu “eu”, cuja vida se perde a cada texto, cada história, cada verbo.
Eu me vejo entre a decepção do que estou me tornando e a inspiração do que mereço ser. Quero pedir desculpas ao texto razoável e o “gramaticismo” que muitas vezes tenho buscado.
Não gosto dela, nem a ela me apego. Tenho pavor de ser turrão, chato e amargo. Minha literatura não é doce, porém não é salgada. O que tem me entristecido é o fato de me submeter a “esmos” para encaixar-me em modelos ultrapassados, é fato e não mais o faço. Vou real, vou ser puro no meu impuro, vou vagar pela praticidade de minhas idéias.