QUAL SERÁ O MODO "CERTO" DE ESCREVER ?

Recentemente, recebi um comentário de certo leitor com uma crítica à minha forma "crítica" de escrever (risos). Já escrevi sobre temas "alegres" e outros considerados "tristes", como a injustiça social, os preconceitos, as discriminações que existem no mundo etc. E o leitor acima referido me rotulou de "poeta crítica".

Confesso que não concordo com quaisquer rótulos, mas adoro críticas, pois estas sempre nos levam a pensar mais a fundo sobre determinado tema ou perspectiva de vida. Os rótulos, entretanto, tendem a limitar o que pessoas realmente são pela sua superficialidade.

É engraçado como temos sempre a tal "tendência" de achar que estamos certos em qualquer coisa, como se o nosso ponto de vista, sobre qualquer tema, fosse o "mais correto" ou o "mais válido". Entretanto, é sempre bom entender que o nosso ponto de vista, principalmente sobre questões relativas a textos como alto grau de subjetividade (como os publicados aqui no Recanto das Letras), é apenas UMA FORMA de interpretação, e não a melhor, ou a pior, ou a única impressão válida.

Por isso, acredito que simplesmente não existe apenas um modo "certo" de escrever ou de se expressar artisticamente, pois o que consideramos "certo" é apenas um reflexo da nossa subjetividade, inerente ao que sentimos, sem qualquer relação com algo "exato", "estanque" ou pretensamente "universal". Na arte literária, como na vida, não existe "absolutismo". Ninguém tem o direito de rotular ninguém, do que quer que seja.

E, assim, amigos, defendo o direito que temos em nos expressar, sem desrespeito, sob infinitas formas e sobre infinitos temas. Às vezes escrevemos de modo crítico, outras vezes, de modo despreocupado, ou de modo sarcástico, ou irônico, vago ou concreto, e nada disso está errado ou certo, ou absolutamente inquestionável.

Em síntese, a grande "graça" de escrever está nos infinitos modos e possibilidades de expressão. Quem tem a pretensão (inócua) de estabelecer temas e métodos unicamente "válidos" e "agradáveis" acaba restringindo a própria criatividade humana.

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