A noite do verão

Hoje à noite eu senti um grito de vitoria, uma volta no passado, um adeus, hoje eu fui tão completa, tão feliz, me tornei sua.

O toque da sua mão fixou em minhas costas e o tempo perdeu-se entre os minutos de prazer, então não pude entender mais nada.

As minhas unhas ainda marcadas na sua costa ainda mostram o momento exato da paixão inalada, o ar mais doce daquela varanda, o perfume mais seco, suave, calmo, imensidão.

Durante horas perdi a minha essência, perdi o chão e voei, voei sobre o nosso amor exposto a um espaço pequeno, mas os corações transbordavam canções sinceras, singelas.

Nada vai apagar o que aconteceu naquela noite, quando os olhares ainda cansados, os lábios exaustos e o coração pedindo mais, o coração pedia pra estarem mais pertos, pra não pararam, o momento era próprio para a paixão que foi embora deixando o verdadeiro sentimento, o sentimento oposto daquilo que era ruim.

Depois de todas as palavras ditas, depois de todos os momentos pedindo pra secar a dor constante na espinha, na costela, no peito, ardendo em chamas, fervendo de desejo. O ponto final se fez e o beijo aconteceu, foi um momento louco.

Depois de todos os olhares mal tratados, maus retribuídos veio o toque na cintura e o prazer tocou de novo a chama que se apagava, aquela noite se vez verão, e tornou-se quente.

Depois de todos os pedidos de desculpas, veio o momento exato, onde a noite já estava amanhecendo e nem se percebeu o tempo.

Aquele casal pedia por mais uma noite juntos, por mais um suspiro alto no meio da madrugada, era essencial e intacto a troca de olhar, as palavras sussurradas, e o pedido de desculpa, o perdão da madrugada. A ferida ainda se encontra exposta, aberta, cutucando todo o resto, atormentando a cabeça, mas aquela noite houve um esquecimento generalizado.

Deixando naquela varanda todo o meu coração, podendo me entregar por apenas algumas horas e basta, é o suficiente dizia ele, sendo que ela não agüentava mais, querendo se jogar nos braços daquele que a sua frente estava com aquela voz que suavemente entrava pelo ouvido gelado, fez a parada exata no tempo e aconteceu.

Quem sabe outro dia, quem sabe o momento, eu ainda me encontro naquela mesma data, um ano mais velha, naquele mesmo lugar lindo, perfumado, onde se encontrava um casal, o casal, onde estavam expostos dois corações e apenas um corpo.

Estremeci e não esqueci.

Durmo e acordo, mas o tempo ainda não passou...

Gabriela Carvalho
Enviado por Gabriela Carvalho em 03/10/2010
Código do texto: T2535892
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