Inquietude
Escuta! O barulho ensurdecedor que estronda dentro do peito. A inquietude da alma tem o som das ondas do mar beijando as pedras numa noite de tempestade.
E assim ando de um lado à outro de meus pensamentos, abro caixas e velhos baús. Levanto perguntas e mais perguntas. Busco as respostas. Tento encontrar uma que me explique o por quê desta revolução de sentimentos se agigantando dentro do peito.
Fora de mim, anjos assoviam e o barulho da chuva mansa toca o telhado. Aqui dentro o caos. Confusão. Tudo misturado. Saudade. Dor. Tristeza. Medo. Um sem par de sentimentos que me invadem como uma onda gigantesca. Uma tsunami de emoções que chega a doer. Uma dor incrível que me corta a alma como o aço quente. O espírito se encolhe em meio às chamas da saudade, da angústia e da necessidade de dizer.
Mas dizer o quê? Dizer o que se as palavras sumiram? Dizer dos sonhos que ruíram? Dos lindos sonhos que tombaram mortos aos meus pés?
Até tentei ajuntá-los. Um à um. Mas, estão presos ao chão. Pesam feito chumbo. Assim como meus pés, que tento levantar na tentativa de dar um passo à frente de mim.
Pareço um daqueles soldadinhos de chumbo que as crianças brincam e levam de um lado à outro de acordo com sua vontade. Após cansarem, largam em qualquer canto e lá ficam eles, presos ao chão...
Se eu conseguisse ao menos alcançar com meus braços exaustos de procurar, o dicionário de palavras... então talvez encontraria aquela, a única que poderia definir a confusão que rola aqui... bem dentro de mim...