E se a vitrine fosse eu?...

E se a vitrine fosse eu?

Será que perceberia os olhares curiosos e ansiosos que me contemplam?

Será que realmente desejaria ser admirado por quem passa na rua e, de repente pára à minha frente, atraído por algum ítem exposto alí?

Será que retribuiria à toda essa atenção com, ao menos, um sorriso?

Se a vitrine fosse eu...

Entenderia o que passa na cabeça de quem só pode apenas me olhar, mas, não pode pagar o que realmente valho?

Será que aceitaria também os comentários negativos sobre mim?

E, finalmente, quando fosse o tempo de me renovar, me transformar, aceitaria a mudança?

Não sei, as vitrines não falam, não sentem, não amam, não vivem... apenas são admiradas.

Deus não nos fez vitrines.