O Que Sei Fazer

E na tarde mormacenta e mal parada, no meio da escuridão que envolve o espírito conturbado e cheio de medos de dar mais um passo, uma pequena chama se acendeu iluminando o horrível buraco onde eu me escondia de mim mesma outra vez. Devagar ergui os olhos por sobre o monturo de terra que eu mesma já jogava sobre mim e bem perto do meu coração, vi e senti um jardim de flores dançando uma linda, uma maravilhosa canção de amor e de entrega de sentimentos. Então choro. Um choro que dói o peito. Um choro alto e forte, entrecortado por soluços, que faz borbulhar lágrimas profusas e quentes, que deslizam pela face marcando o caminho por onde passam. Não é um choro de dor. da dor que eu sentia por me sentir a maior perdedora da face da terra, a mais pobre, triste e vil das mulheres que podia ter nascido neste mundo oco e vazio de sentimentos. É um choro triste e alegre ao mesmo tempo, da tristeza e da felicidade de não ter mas possuir o que mais sonha o meu coração. É um choro de saber que alguém, mesmo no infinito distante de um pensamento, sabe e olha com olhos de amor e extrema ternura para dentro deste coração que só sabe amar...

Maria
Enviado por Maria em 07/09/2010
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