O ANJO TERRÍVEL

O anjo terrível olhou o poeta nos olhos e disse: Não tenhas medo de mim, que eu preciso de que me compreendas e de que plenamente me aceites para que possamos, eu e tu, realizar a transmutação da nossa face sombria em outra face que ainda não sabemos, que ainda sequer podemos intuir mas que, desde sempre nos está à espera, em algum lugar onde o tempo não existe. O poeta sorriu, como num sonho sorrisse e respondeu: Está bem. Então, que se faça segundo a nossa vontade, Anjo, meu companheiro, meu irmão.

Zuleika dos Reis, na noite de 28 de agosto de 2010.