Texto Nenhum
Procuro, peço, imploro achar, cavoco fundo e nada... Não encontro de jeito nenhum. Acendo lamparinas, olho em todas as direções, busco e rebusco em cada canto escuro. Escavo túneis, ergo pontes, navego em águas desconhecidas, mergulho em rios profundos e não há jeito de encontrar. Escalo montes, desço escadas, abro janelas, alçapões. Subo em torres, limpo vitrais, me agarro em nuvens e nada. Não tem jeito de pôr a mão. Corro atrás do vento, imploro ao Sol, solicito às estrelas. Desfio fios, arranho paredes, quebro pedras, levanto vulcões e não vejo em lugar algum. Não. Não há jeito de achar dentro de mim a prosa e o verso, a tal da inspiração. Por isso chego ao fim, e escrevo assim: Texto Nenhum !