do erro e da culpa
e que caminhos tortuosos podemos ser capazes de julgar, se nossos próprios pés exaltam à perdição constante?
que forma de ódio condenar, se, por vezes, nossos corações se estremecem de raivas e desvarios?
que dedo apontar para outro, se não há palma imaculada, expiada de culpa?
que desejo de perda tão necessário o de fitar o outro com desamor e subjulgo?
que impaciência atemporal e seca é esta que persuade a nossa alma, segundo a segundo?
que intolerância desumanizante e nefasta a de querer desarmar o outro, enquanto nossas mãos excedem em terror?
que pouca habilidade de aceitação diante de assuntos alheios, abstratos ao nosso conhecimento?
e que pouca fé nas coisas e nas pessoas, enquanto somos meros mortais, apodrecendo num mundo caótico?
que modo deprimente de considerar que podemos viver sozinhos, sem força motriz, quando não somos donos de um passo sequer?
que vida sem ideal a de considerar o outro sempre culpado quando somos parte d'um erro maior?
quantas luzes, tantas vezes, apagamos só para o outro ficar no escuro!e não percebemos que nós é que nos tornamos mais cegos e adormecidos de escolhas...
triste mundo interior carrega aquele que se alimenta de seu prórprio fel amargo!