POEMA "A VELHA RABUGENTA". AUTORIA DESCONHECIDA
Hoje, ao abrir minha pasta de e-mails, um me chamou a atenção. Falava sobre uma senhora simples que morreu numa clínica perto de Dundee, na Escócia. Todos suspeitavam de que ela não deixara nenhum objeto de valor material, apenas um poema cujo valor é maior de qualquer bem material e que não poderia ficar sem publicação. Estão, resolvi publicá-lo neste espaço, mesmo desconhecendo o nome da autora em questão. Tenho todos uma boa leitura e após a mesma comentem. Abraços!
A velha rabugenta
Que veem amigas?
Que veem?
Que pensam quando me olham?
Uma velha rabugenta
Não muito inteligente
De hábitos incertos,
Com seus olhos sonhadores
Fixos ao longe?
A velha,
Que cospe comida
Que não responde
Ao tentar ser convencida
“De, fazer um pequeno esforço?”
A velha,
Que vocês não acreditam
Que não se dá conta
Das coisas que vocês fazem
E que continuamente
Perde a sua escova ou sapato?
A velha,
Que contra sua vontade,
Mas humildemente lhe permite
A fazer o que queiram,
Que me banhem e me alimentem
Só para o dia passar mais depressa...
É isso que vocês acham?
É isso que vocês veem?
Se assim for,
Abram os olhos, amigas,
Porque isso que vocês veem
Não sou eu!
Vou lhes dizer quem sou,
Quando estou sentada aqui,
Tão tranqüila
Como me ordenaram...
Sou uma menina de 10 anos,
Que tem pai e mãe,
Irmãos e irmãs que se amam.
Sou uma jovenzinha de 16 anos.
Com asas nos pés, e que sonha
Encontrar seu amado.
Sou uma noiva aos 20,
Que o coração salta nas lembranças,
Quando fiz a promessa
Que me uniu até o fim dos meus dias
Com o AMOR de minha vida.
Sou uma moça de 25 anos,
Que tem seus filhos,
Que precisam que os guie...
Tenho um lugar seguro e feliz!
Sou uma mulher com 30 anos.
Onde os filhos crescem rápido,
E estamos unidos com laços
Que deveriam durar para sempre...
Quando tenho 40 anos
Meus filhos já cresceram
E não estão em casa...
Mas ao meu lado está meu marido
Que me acalente quando estou triste.
Aos cinqüenta, mas uma vez
Comigo me deixam os bebês,
Meus netos,
E de novo a alegria das crianças,
Meus queridos junto a mim.
Aos 60 anos,
Sobre mim nuvens escuras aparecem,
Meu marido está morto;
E quando olho meu futuro
Me arrepio toda de terror.
Os meus filhos se foram
E agora tem os seus próprios filhos...
Então penso em tudo o que aconteceu
E no amor que conheci.
Agora sou uma velha.
Que cruel é a natureza...
A velhice é uma piada
Que transforma um ser humano
Em um alienado.
O corpo murcha
Os atrativos e a força desaparecem
Ali, onde uma vez teve um coração
Agora há uma pedra.
No entanto, nestas ruínas, a menina de 16 anos ainda está viva.
E o meu coração casado,
Ainda está repleto de sentimentos
Vivos e conhecidos
Recordo os dias felizes e tristes
Em meus pensamentos volto a amar
E a viver o meu passado
Penso em todos esses anos
Que foram, ao mesmo tempo poucos
Mas que passaram muito rápido,
E aceito o inevitável...
Que nada pode durar para sempre...
Por isso, abram seus olhos e vejam
Diante de vocês não está uma velha mal-humorada
Diante de vocês estou apenas “EU”...
Uma menina, mulher e senhora
Viva...!! E com todos os sentimentos de uma vida.
(AUTORIA DESCONHECIDA)