NUNCA SER O DONO DA VERDADE

(para Arícia Moncks, sobrinha, 19 anos)

Grato pelo texto em que se discute a Poesia e o poeta. Tudo muito superficial, sem profundidade. Mas dentro do que se propunha o texto, ou seja, fazer a louvação, está bem escrito. Agradeço que me tenhas enviado este tipo de pensar.

Posso até discordar dele, mas esta é a função de quem se entrega ao exame, ao exercício do pensar: discutir para que se tenham muitos caminhos, todos corretos porque criticados, estudados. Esta é a diferença de quem quer crescer. Ler, ler e mais ler. Ver o mundo com mais criticidade.

Por isto um livro, uma tese, uma obra materializada, nunca serão definitivos. Nem sempre estarão corretos. Podem até chegar perto da verdade momentânea, à resposta como bem necessário naquele momento dado. Nunca ao absoluto da permanência.

Este é o ponto de partida. Ali começa a discussão, o brilho da inteligência, da luz lapidar que permite que a humanidade floresça.

Mas, dependendo de sua originalidade e inventiva, podem se tornar eternas para o coração da humanidade.

Fiat lux! Diziam os latinos em sua sabedoria, há cerca de três mil anos!

Algo como a lâmpada elétrica, inventiva de Thomas Alva Edison, que nos empana a vista e, momentaneamente, nos cega. É real a verdade plena:

— Que se faça sempre a luz, porque ela apenas clareia a dúvida.

– Do livro CONFESSIONÁRIO – Diálogos entre a Prosa e a Poesia, 2006.

http://www.recantodasletras.com.br/mensagens/228003