PORTA ABERTA
Deixei a porta aberta, a porta dos comentários. Deixei para arejar um pouco o espaço, conhecer outras pessoas, receber amigos não cadastrados no Recanto das Letras. Algumas coisas muito interessantes acontecem quando a gente deixa a porta aberta.
Sergipanos adoram portas e janelas abertas, assim como nossos corações.
Outro dia, entrou um visitante e disse algo totalmente sem sentido. Por não haver entendido, apaguei o comentário, pois só servia para poluir o mundo com palavras desencontradas. Particularmente, não me aborreço com a maioria dos palavrões, só uns três acredito de extremo mau gosto. Digo palavrões. Em casa.
Em uma segunda vez, alguém quis se posicionar quanto à determinada ideia, mas, sem identificação, não tem como debater.
Há uns quinze dias atrás, uma criatura dizendo ter 10 anos de idade (coisa em que não sou tão estúpida a ponto de acreditar) disse no espaço do comentário algo assim: Você é velha, mas até que é legal, quando eu crescer quero ser como você!
Jamais em toda a vida escondi a minha idade. Nem quando tinha 10, ou hoje que estou aos 61. Essa “menina” ficará velha também, muito velha. Aliás, já é, pois durante a madrugada está acordada e sem objetivos na vida, sem disciplina. E gosta de atiçar o cão com vara curta, pois mulher alguma gosta de ser lembrada deste detalhe cronológico. Velha ela será, com toda a certeza, igual a mim, não! Poderá ser até melhor, igual nunca.
Hoje, a porta aberta outra vez, recebo a visita de um objeto voador não identificado chamado AMADA. Este diz (pode ler nos comentários ao poema GUARDE PRA VOCÊ): “Quero te abraçar, te beijar, te desejo noite e dia...quero me prender todo em vc....vc é tudo que eu quero”.
Olhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!! Será que AMADA é nome de mulher? Se é, que lástima, sinto muito, mas só em pensar na frase anotada, me dá uma urticária braba. Entretanto, se AMADA é o esconderijo do nome de um homem, apesar de não ter apreciado a forma feminina, digo que achei muita graça. De verdade, toda vez que volto lá e leio, me dano a rir.
Vamos supor que AMADA seja o apelido de um homem e que eu quisesse ser abraçada, beijada e presa em seus braços, nem poderia realizar seu sonho, pois ele não teve coragem de se apresentar. Se eu estivesse disponível, AMADA, você já teria perdido todas as chances.
Na verdade, matriculei-me neste site com o objetivo de publicar trabalhos literários. De qualquer maneira, todos sabem como mulher gosta de certas coisas. Tem até aquelas brincadeiras que mostram a mulher de ego feliz quando passa pelas construções e os trabalhadores braçais assobiam ou saem com aquelas cantadas engraçadas do tipo, “Tanta mulher bonita e minha mãe sem nora”.
Não sou diferente das outras, eu também gosto. E muito. Portanto, AMADA, você não vai ter beijos e abraços porque estou comprometida até os cabelos, mas ganhou esta página.
Faltou dizer que deixarei lá, nos devidos lugares, os comentários de AMADA e o outro da menina velha. De vez em quando abrirei outra vez a porta.