DÍVIDA IRREMEDIÁVEL

Nós nos devemos - eu te devo, tu me deves - não nosso Presente, nem nosso Futuro; nós nos devemos ( e todos os outros entes que nos amam pagaram e pagam um preço altíssimo pela nossa dívida mútua) nós nos devemos Todo o Passado que jamais conseguimos fazer existir, pelos Riscos e Pavores que tu e eu sabemos, Passado que, por não ter chegado jamais a existir, constituiu-se o Algoz que nos matou, a mim e ti, demasiado antes da morte efetiva que nos virá a seu tempo, para ti e para mim.

Zuleika dos Reis, na madrugada de 23 de maio de 2010.