Prática sem sentido
[...] Se pegarmos uma pedra que ficou no leito de um rio por centenas de anos e rachá-la, descobriremos que embora a superfície esteja úmida, ela está totalmente seca no meio. Esse é o exemplo da pessoa que estudou, refletiu e meditou sobre o valioso Dharma sem assimilá-lo em seu ser, sendo assim incapaz de vencer suas emoções perturbadoras.
Se somos incapazes de vencer essas emoções, somos como a pedra úmida no exterior mas seca por dentro. O pensamento precioso para se ter em mente é a motivação de praticar o Dharma como um remédio contra nossas próprias emoções perturbadoras. Devemos cultivar essa motivação bem neste instante, não daqui um mês ou um ano.
O que quer que façamos, seja andando ou sentados quietos, devemos nos observar. Devemos ser nossos próprios professores. Se praticarmos o Dharma assim, mesmo se tivermos estudado apenas quatro linhas de ensinamento, ainda haverá grande benefício.
Se falharmos em assimilar verdadeiramente o Dharma em nosso ser, isso serão apenas palavras vazias, embora possamos ser bem habilidosos em falar sobre ou escrever em um estilo eloquente. Já que o Dharma não penetrou de verdade em nossos corações e não temos sido capazes de domar nossas mentes, toda nossa prática do Dharma se torna sem sentido.
Chokyi Nyima Rinpoche (Tibete, 1951 ~)
samsara.blog.br/2009/05/pratica-sem-sentido/